Ouro de Martine faz família Grael "passar" Uruguai no quadro de medalhas
Bruno DoroDo UOL, no Rio de Janeiro
O Brasil tem uma família especial quando o assunto é esporte olímpico. A história dos Grael é tão grande que, nesta quinta-feira, eles passaram o Uruguai no quadro de medalhas histórico dos Jogos. O ouro de Martine Grael na classe 49erFX da vela foi o terceiro do sobrenome. Os uruguaios têm apenas dois títulos olímpicos, da Celeste Olímpica, que ganhou o futebol nas Olimpíadas de 1924 e 1928.
Se depender de Martine, essa vantagem pode aumentar. Aos 25 anos, ela já é campeã olímpica, campeã mundial e foi eleita a melhor velejadora do mundo em 2014, quando ela e Kahena venceram quase todos os torneios que disputaram.
Seu pai, Torben Grael, bicampeão olímpico e dono de cinco medalhas, está fora da vela olímpica desde 2004. Para ele, eleito o melhor do mundo em 2009, o potencial da filha é enorme. “A Martine já me passou, na verdade. Ela ganhou o ouro e foi eleita melhor do mundo antes de mim. Acho que essa comparação só tem de ser usada como inventivo para ela. E a pressão era imensa nela por causa da família, por ser no Brasil. E ficou a última classe a definir, a última a poder conseguir medalha”, disse Torben, que foi coordenador técnico da vela brasileira no Rio.
No total, a família soma oito pódios olímpicos. São três ouros, um de Martine e dois de Torben, seu pai. Ao lado de Marcelo Ferreira, ele venceu a classe Star nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta, e 2004, em Atenas. A prata também é de Torben, de Los Angeles-1984, na classe Soling (com Daniel Adler e Ronaldo Senfft).
E são quatro bronzes, dois de Torben na Star, com Nelson Falcão (Seul-1988) e Ferreira (Sydney-2000). Os outros dois terceiros lugares são de Lars, irmão mais novo de Torben. Na classe Tornado, ele subiu no pódio com Clinio Freitas em Seul-1988 e com Kiko Pellicano em Atlanta-1996.
Essa soma também seria o suficiente para derrotar alguns países importantes no quadro de medalhas histórico. A Sérvia, por exemplo, que disputou sua primeira Olimpíada sem Montenegro apenas em 2008, chegou aos Jogos do Rio com apenas sete pódios – na Rio-2016, eles ganharam quatro medalhas (porém ainda não superam a família Grael em ouros). Israel também: eram sete até Londres-2012 (e mais duas no Rio, porém só um ouro na história). Venezuela, Chile, República Dominicana, Camarões e Costa Rica também são superadas.