Dona Dilma ficou preocupada assim que seu filho mais famoso, Isaquias Queiroz, cruzou a linha de chegada. O baiano, remando para entrar na história do esporte olímpico brasileiro como o primeiro atleta a subir no pódio três vezes na mesma edição dos Jogos, caiu na água no final da prova do C1-200m da canoagem na Rio-2016 e ficou lá embaixo por segundos intermináveis.

Ela ajoelhou e começou a rezar. "Naquele momento, todo mundo estava gritando. Quando todo mundo está gritando, é preciso ter um conversando com Deus. Ali naquele momento eu senti: ajoelha um pouco. Eu ajoelhei", conta. "Eu falei: 'Cadê meu filho? Cadê meu filho?' Mas ouvi Jesus dizendo para ter calma. E aí todo mundo gritou 'Isaquias, Isaquias' e meu fôlego voltou. Eu fiquei com medo. Achei que ele tinha morrido embaixo d'água", disse a mãe do medalhista.

Foi quase um minuto de suspense. Não por Isaquias. O melhor canoísta que o Brasil já teve nunca iria entrar em apuros por cair da canoa. Mas pela medalha. Dona Dilma e os oito membros da família não sabiam se Isaquias tinha conseguido um lugar no pódio.

Ele foi bronze do C1-200m, uma prova rápida demais em que cada erro podia custar uma colocação. O brasileiro foi mais lento na largada e teve de remar pra se recuperar. Os 200m foram pouco para o ouro, mas ele foi bronze. "Esse bronze é ouro pra gente. Não importa a cor da medalha, ele é nosso campeão de qualquer maneira", fala Lucas.

A família está no Rio desde o início da semana. E fica para mais uma prova de baiano: na sexta-feira, ele disputa o C2-1000m, prova em que ele é Erlon Souza são os atuais campeões mundiais. "Está todo mundo confiante. Conversei com ele ontem e não tem nada disso de ficar cansado. Ele aguenta isso o tempo todo nos campeonatos. Vai ser ouro de novo", completa o irmão orgulhoso.