Com provocação a Maradona, Brasil elimina Argentina e pega a Rússia na semi
Em meio a um duelo de torcidas no Maracanãzinho, a seleção brasileira masculina de vôlei eliminou a Argentina nas quartas de final, nesta quarta-feira (17). Com a vitória por 3 sets a 1 (25/23, 17/25, 25/19 e 25/23), o time de Bernardinho avança para a semifinal e segue sonhando com a quarta decisão olímpica consecutiva.
A nota preocupante da vitória foi a lesão de Lucarelli, ainda no primeiro set. O ponta machucou a coxa direita e passou o restante do duelo sendo tratado no lado de fora da quadra.
Na próxima fase, o time de Bernardinho reencontrará a Rússia, carrasca brasileira na final em Londres-2012. O duelo está marcado para acontecer na sexta-feira (19), em horário ainda a ser definido.
O duelo das torcidas
Enquanto Brasil e Argentina se revezavam na liderança do placar, nas arquibancadas, as duas torcidas também travavam um duelo. Assim como vem acontecendo em quase todos os jogos argentinos na Rio-2016, o público do país vizinho não parava de cantar em nenhum instante. Como resposta, a torcida brasileira entoava o já conhecido “Mil gols”, música que conta com uma provocação a Maradona, ídolo argentino no futebol.
A torcida ainda contou com algumas celebridades brasileiras: o ator Rafael Zulu, as atrizes Sheron Menezes e Fernanda Souza, o cantor Thiaguinho e a ginasta Flavia Saraiva.
Lesões são um capítulo à parte no duelo
As lesões voltaram a dar dor de cabeça para o técnico Bernardinho. Primeiro, foi Lucarelli que sentiu uma lesão na coxa. Em seu lugar, Maurício Borges entrou. Depois, outro ponta se machucou. Desta vez, Lipe sentiu a lombar.
Com a lesão de Lipe, Lucarelli teve de ir para o sacrifício na partida. Em sua primeira jogada, ele saiu mancando após um bloqueio. Bernardinho optou por não usar o jovem Douglas.
Do lado argentino, Facundo Conte, melhor atleta da seleção, torceu o tornozelo ainda no primeiro set. Ficou de fora da parcial e voltou no segundo set, mas sem conseguir desempenhar seu melhor jogo.
Estrela argentina se machuca e recoloca Brasil no jogo
Iniciando a partida com a mesma equipe que venceu a França há dois dias, o Brasil apresentou os antigos problemas com a recepção de saque. Os serviços fortes em Lucarelli complicavam a recepção brasileira. Para complicar, a atuação do ponteiro Poglajen se destacava: nos primeiros 10 pontos argentinos, ele havia anotado cinco. Mas foi pouco tempo depois que um incidente ajudou a mudar o rumo da parcial: ao tentar salvar uma bola em 13/11, Facundo Conte, principal jogador argentino, torceu o tornozelo e ficou no chão.
Com a lesão, o ponteiro precisou deixar a quadra e dar lugar para Palacios. E o Brasil começou a melhorar na parcial. A tranquilidade do time de Bernardinho, no entanto, desapareceu quando a lesão também afetou o Brasil, com Lucarelli sentindo a coxa direita. Os erros argentinos, porém, foram decisivos para que a seleção brasileira fechasse em 25/17.
Lesão de Lucarelli complica o Brasil
A lesão de Lucarelli no fim do primeiro set cobrou seu preço no segundo. Maurício Borges, que entrou no lugar do ponta, não conseguiu manter a mesma qualidade no passe. E o Brasil sofreu com isso. Com muitos erros (9 contra 2 da Argentina) e um aproveitamento ínfimo no saque (21%), a seleção viu a Argentina abrir sete pontos de vantagem e se encaminhar para a vitória na parcial.
Enquanto o Brasil sofria no segundo set, fora de quadra, Lucarelli passava quase toda a parcial recebendo tratamento na coxa direita. Pelos lados da Argentina, Conte voltou para o jogo no sacrifício. Mesmo ainda sentindo o tornozelo, o ponteiro voltou a dar trabalho para o Brasil, com direito a ace no saque. A Argentina fechou a parcial em 25 a 17.
Brasil melhora no saque
Depois de um fraco segundo set, os jogadores da seleção se reuniram em uma roda e conversaram por um tempo antes da terceira parcial. E o papo deu resultado. Com mais intensidade, o time de Bernardinho chegou a abrir quatro pontos de vantagem no placar. A melhora na recepção foi fundamental para o resultado em quadra.
Assim como havia acontecido contra a França, o Brasil passou a usar sua maior dificuldade contra o adversário. Com um saque muito forte, a seleção brasileira dificultou o passe argentino e se mostrou eficiente no bloqueio. Na terceira parcial, o destaque foi Wallace, que terminou com o dobro de pontos do segundo maior pontuador: 16 contra 8 de Lipe. O Brasil fechou o set em 25 a 19.
Lucarelli volta no sacrifício e Brasil vence
O Brasil iniciou o quarto set repetindo os erros apresentados na segunda parcial, o que fez com que a Argentina abrisse vantagem no início. Para buscar o empate, o time de Bernardinho voltou a recorrer às jogadas de meio de rede, que trouxeram resultado.
Com as duas equipes encostadas no marcador, uma nova preocupação para o Brasil: Lipe sentiu as costas e precisou sair. Dessa maneira, Bernardinho teve que recorrer pela volta de Lucarelli, no sacrifício. Ciente da lesão do ponta brasileiro, o time argentino em todo instante tentava direcionar o saque em cima dele.
A estratégia argentina, no entanto, era abafada pelo time brasileiro. A cada saque, Serginho tentava proteger Lucarelli das recepções. Com isso, o Brasil se manteve na partida e chegou a abrir dois pontos em 20/18. Apesar de a Argentina conseguir a igualdade no marcador, o time de Bernardinho conseguiu vencer a partida em 25/23.
A sorte do Brasil é que ainda pode contar com Serginho. É verdade que o líbero já viveu tecnicamente momentos melhores, mas ele tem exercido um papel fundamental na seleção nesta Olimpíada. Além de ser um líder, o veterano ainda conseguiu cobrir bem a linha de passe prejudicada pelas lesões dos companheiros.