Após banho para celebrar medalha, Isaquias defende qualidade da água do RJ

Bruno Doro e Guilherme Costa
Do UOL, no Rio de Janeiro

Foi com um banho na água da Lagoa Rodrigo de Freitas que o brasileiro Isaquias Queiroz, 22, comemorou sua segunda medalha na Rio-2016. O canoísta ficou com o bronze nesta quinta-feira (18), na prova C1-200m. Quando o telão anunciou que ele estaria no pódio, Isaquias já estava fora do barco e deu tapas na água para celebrar. De uma forma espontânea, o atleta acabou virando um símbolo importante na discussão sobre qualidade da água no Rio de Janeiro, um dos pontos mais polêmicos durante a preparação da cidade para receber os Jogos.

“Eu morei aqui durante dois anos, treinei aqui, e quando a gente chegou eu vi que a água estava muito mais limpa do que antes. A gente até questionou se tinham jogado algum produto”, contou Isaquias.
 
“A condição da água estava muito boa, e eu não me importei de me jogar hoje [quinta-feira]. Acredito que não esteja poluída. Se estivesse, teria ficado doente muitos anos atrás”, completou.
 
A qualidade da água foi tema de extenso debate durante a preparação do Rio para receber os Jogos. A cidade havia assumido um compromisso de limpar pelo menos 80% da Baía de Guanabara, sede das competições de vela, mas não chegou sequer perto disso. Em julho, o secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, André Correa, disse que precisaria de pelo menos R$ 20 bilhões e 25 anos para concluir a despoluição da área.
 
Na Lagoa Rodrigo de Freitas, sede das competições de canoagem, a limpeza da água não foi o único assunto relacionado a esse tópico. No evento-teste da modalidade para a Rio-2016, realizado no ano passado, a quantidade de algas incomodou os atletas e gerou reclamações.
 
Por causa disso, houve um tratamento especial na água da Lagoa para a Rio-2016. O comitê organizador da Rio-2016 usou aditivos químicos para evitar a proliferação de algas. Além disso, houve um trabalho de limpeza focado em retirar da água os detritos maiores.
 
“Em agosto do ano passado o evento-teste tinha muitos problemas com mato na água. Eu cheguei e vi que não tinha nenhum mato aqui”, elogiou Isaquias.