"Não teria sido desclassificado porque não uso espora", afirma Pessoa
Fora da equipe de hipismo que defendeu o Brasil na prova desta quarta, o cavaleiro Rodrigo Pessoa afirmou que não correria o risco de ser desclassificado por uso abusivo de esporas, como ocorreu com Stephan Barcha, porque não as usa para montar.
Barcha foi desclassificado da disputa do salto individual e por equipes na terça (16) por causa de ferimentos causados no seu cavalo pelo instrumento de montaria. Com um cavaleiro a menos, a equipe brasileira ficou em desvantagem porque não teve uma nota para descartar na prova em equipes. Apenas os Estados Unidos, que também teve um cavaleiro desclassificado, entrou na disputa na mesma condição. A equipe norte-americana, no entanto, ficou com a medalha de prata.
"Eu sei que comigo não teria acontecido porque eu monto minha égua sem espora", afirmou ele, contemporizando a desclassificação de Barcha. "Poderia acontecer com qualquer um, não é de propósito. É um acidente, no fogo da ação. Desde que entrou essa lei, vários já foram desclassificados. Mais experiência ou menos experiência não afetaria".
Rodrigo Pessoa esteve na arena como comentarista de uma TV francesa. Após as provas, voltou a criticar o técnico da seleção de hipismo, o norte-americano George Morris. "Não é um problema do Stephan, o problema todo é o risco que o técnico quis pagar. Claro que ele (Stephan) tinha boas performances, fez um primeiro dia bem, mas a dificuldade vai aumentando, a pressão vai aumentando, e infelizmente o que aconteceu ontem é uma regra que estão aplicando de maneira muito estricta. Infelizmente prejudicou nossa equipe"; afirmou.
Pessoa foi colocado como reserva de Barcha pelo técnico. Descontente, ele abriu mão da seleção e chegou a anunciar aposentadoria. O episódio causou racha na seleção pouco antes da Rio-2016. E ainda reverbera. Nesta quarta, Doda, antigo parceiro de equipe, afirmou que ela "passaria vergonha" caso tivesse disputado a prova. Ele rebateu.
A jornalistas, Pessoa anunciou que voltou atrás da decisão de se aposentar, apesar de descartar retorno se Morris se mantiver no comando da equipe.
"Absolutamente não. Se ele fica, estou fora. Ele entrou como uma lenda e vai sair como uma lêndea", atacou, reforçando a intenção de continuar competindo mesmo após se decepcionar com a ausência na Rio-2016. "Está descartado (a aposentadoria). São 26 anos de lutas, de altos e muitos baixos. Aqui era uma oportunidade, no meu país, eu merecia isso".
"Vamos ver o que o futuro nos reserva. Da minha parte, eu saí de férias essa semana com a minha família, esse último mês foi muito desgastante para mim mentalmente. Eu realmente preciso tomar um tempo para digerir isso. Foi um golpe muito duro para mim", encerrou.