Globo lembra de racismo a brasileiro na Europa e pede desculpas a francês

Mauricio Stycer
Do UOL, no Rio de Janeiro
Reprodução
Marcos Uchoa entrevista o francês Renaud Lavillenie

O francês Renaud Lavillenie comentou em entrevista à Globo nesta quarta-feira (17) os dois episódios de vaia que enfrentou – o primeiro na prova de salto com vara e o segundo na cerimônia de entrega de medalha. 

Lavillenie culpou o público brasileiro presente no Engenhão pela sua derrota para o brasileiro Thiago Braz, chegando a sugerir que as vaias que recebeu ao saltar se comparavam àquelas ouvidas por Jesse Owens no estádio Olímpico de Berlim, em 1936. Por conta de suas declarações, voltou a ser vaiado ao receber a medalha de prata – e chorou no pódio.
 
Na entrevista ao repórter Marcos Uchôa, Lavillenie disse que não teve a intenção de chamar o Brasil de nazista ou racista ao lembrar do episódio com o atleta americano. O repórter disse ao atleta que, na Europa, muitos jogadores brasileiros são chamados de “macacos” por torcedores.
 
O saltador contou que o choro no pódio foi consequência das vaias que recebeu na cerimônia de premiação - e que chegou a pensar em abandonar o local. "O pódio é um momento intenso e muito importante, mas quando você está lá e as pessoas te vaiam, elas mostram um desrespeito profundo pelo que fiz. Pensei em sair, mas eu tentei me controlar e não parecer mal, porque precisava ficar lá", disse.
 
Como se fosse um representante do governo brasileiro, Uchôa pediu desculpas a Lavillenie, enfatizando que o comportamento de parte do público no Engenhão não representa a totalidade dos brasileiros.