Atletismo

Francês nega comparação racista e admite que vaias não representam o Brasil

Franck Fife/AFP Photo
Renaud Lavillenie reclamou dos torcedores brasileiros após vaias imagem: Franck Fife/AFP Photo

do UOL, em São Paulo

No meio de uma polêmica após ter sido vaiado pelos torcedores brasileiros na final do salto com vara, quando viu o Thiago Braz o superar e conquistar a medalha de ouro, Renaud Lavillenie negou que quisesse comparar o Brasil a Alemanha nazista e admitiu que as vaias no Engenhão não representam o povo brasileiro.

“A ideia não foi chamar o Brasil de nazista. Tinha visto o filme da competição de Jesse Owens, e, quando aconteceu tudo aquilo, me senti em uma situação muito parecida. Mas quero deixar claro que não tive a intenção de comparar o Brasil com nenhum país racista”, disse em entrevista à TV Globo.

“No momento do pódio, as vaias foram duras, não consegui me conter e chorei. Mas sei que essas vaias não representam o Brasil. Agora, depois da competição, quando estou passeando pela cidade, tiro fotos com muitas pessoas, dou autógrafos... Tenho recebido muito carinho do povo brasileiro”, completou.

Durante a final, Lavillenie reclamou muito das vaias da torcida do Brasil durante a final do salto com vara na última segunda. O favorito francês errou seu último salto para 6,08 m e o ouro ficou com o brasileiro, que havia quebrado o recorde olímpico ao saltar 6,03 m minutos antes.

Na disputa, Lavillenie chegou a fazer sinal de negativo com as mãos ao ver como o público estava se comportando. O locutor do estádio chegou a pedir que a torcida parasse com as vaias, mas nem o silêncio momentâneo do Engenhão acalmou o francês, que culpou indiretamente o público pela perda do ouro.

Na saída, o europeu comparou a situação às vaias dos alemães nazistas ao americano Jesse Owens, velocista negro, nas Olimpíadas de 1936. Mais tarde, ele pediria desculpas pela associação infeliz. 

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