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Atualizada em 17.08.2016 12h43

Favoritos caem e Brasil busca 4 medalhas de surpresas para atingir top 10

REUTERS/Kai Pfaffenbach
Agatha e Barbara já garantiram medalha no vôlei de praia; Brasil agora precisa de conquistas inesperadas imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach

Bruno Doro

Do UOL, no Rio de Janeiro

A seleção brasileira de vôlei feminino, bicampeã olímpica, perdeu nas quartas de final. A equipe do handebol feminino, campeã mundial em 2013, foi eliminada na mesma fase. E, junto com elas, começa a se distanciar, também, a esperança verde-amarela de cumprir a meta de ficar entre os dez primeiros do quadro de medalhas das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

A conta não é simples, principalmente porque, a quatro dias do encerramento, muitas modalidades ainda estão abertas. Até a manhã desta quarta-feira (17), o Brasil somava 11 medalhas – as duas finais do vôlei de praia, com Alison/Bruno Schmidt e Agatha/Bárbara, não entram na conta. Esse número coloca o país na 14ª posição do ranking por número de medalhas. Para chegar ao 10º lugar, porém, são necessárias ao menos 23 medalhas. Pelas contas do UOL Esporte, o Brasil só tem favoritos em mais oito provas. As outras quatro precisarão sair de times ou atletas fortes, mas que não esperavam competir com essa pressão.

Rivais, como a Coreia, ainda vão crescer

No sonhado 10º lugar, com 14 medalhas, um tríplice empate entre Canadá, Coreia do Sul e Holanda. O problema é que esses três países, como o Brasil, ainda têm muito a ganhar nos próximos dias. A Coreia, por exemplo, ainda vai subir ao pódio no badminton e no taekwondo, além de ter chances no tênis de mesa e no pentatlo moderno. A Holanda tem força no hipismo de saltos, no BMX e nos coletivos, com times classificados no vôlei feminino e nos dois hóqueis sobre a grama. O Canadá tem menos opções, mas conta com candidatos ao pódio nos saltos ornamentais e no futebol.

Além disso, a Hungria, na frente do Brasil com 13 medalhas, ainda pode aparecer no pódio na canoagem, no pentatlo e no polo aquático. Países que estão atrás dos brasileiros também tem grandes possibilidades de aparecer em um "sprint final". A Nova Zelândia, 10 pódios, tem chances nas últimas quatro classes da vela, no golfe feminino, no hóquei, na canoagem, no triatlo... Espanha e Ucrânia também podem aparecer com candidatos em pelo menos cinco esportes diferentes.

Atletismo e boxe com missões difíceis

Enquanto isso, o Brasil vê suas opções de medalhistas diminuírem. No atletismo, por exemplo, com Fabiana Murer fora, resta torcer para Érica Sena, terceira no Mundial de Marcha do ano passado, em uma prova de 20 km em que é difícil apontar grandes favoritos. No boxe, Andreia Bandeira (75kg) já sofreu em sua estreia e agora enfrenta uma chinesa vice-campeã mundial para garantir a medalha. Já são duas medalhas complicadas de sair. Uma terceira possibilidade caiu na manhã desta quarta, quando a seleção masculina de handebol perdeu para a favorita França por 34 a 27 e foi eliminada.

Isaquias, Neymar e dupla da vela são apostas

AFP
Martine e Kahena velejam na quinta-feira pelo ouro imagem: AFP

O futebol segue em busca do ouro, com Neymar e companhia encarando Honduras nesta quarta (às 13h). Mas o time feminino de Marta perdeu a semifinal para a Suécia e terá de bater o Canadá na decisão do bronze. As chances de mais duas medalhas existem. Assim como com Isaquias Queiroz. Após a prata no C1-1000 m ele deve ir embalado para sua segunda disputa de medalha, no C1-200 m. Nesta quarta, já avançou à final com o melhor tempo da história em Olimpíadas, um bom sinal. E ainda tem o C2-1000 m, no sábado, ao lado de Erlon Silva, para ser o primeiro brasileiro com três medalhas em uma mesma Olimpíada.

Quem também tem chances muito boas de sair do Rio com uma medalha é a dupla da vela, Martine Grael e Kahena Kunze. Depois de Robert Scheidt e Jorge Zarif fecharem as disputas da Laser e da Finn em quarto lugar, as duas foram para medal race da classe 49erFX empatadas na liderança, Na quinta-feira, apenas quatro barcos têm chance de subir ao pódio. E quem chegar na frente vence, sem necessidade de combinação de resultados.

Na praia, três medalhas podem aparecer

No vôlei de praia, chegar às três medalhas ainda é possível. Alison e Bruno já garantiram a final masculina. Agatha e Bárbara estão na decisão feminina. Só resta saber o futuro de Talita e Larissa. A parada, porém, não é fácil: do outro lado da decisão do terceiro lugar estará Walsh, tricampeã olímpica, jogando ao lado de Ross.

No vôlei de quadra, o time feminino, que não tinha perdido nenhum set até agora, foi eliminado de forma surpreendente pela China nas quartas de final. Mais pressão ainda para a seleção de Bernardinho, que sofreu para se classificar para as quartas – o primeiro rival no mata-mata é a Argentina (nesta quarta às 22h15).

Quatro esportes podem salvar a conta

Getty Images
Doda Miranda compete no segundo dia da prova de saltos do hipismo nas Olimpíadas do Rio imagem: Getty Images

Se você contou, são oito chances de medalhas factíveis para o país (a marcha e o boxe seriam bônus). Para o COB, o décimo lugar do quadro de medalhas deve ficar com quem ganhar de 23 a 27 medalhas. Isso quer dizer que o Brasil ainda precisa achar pelo menos mais quatro pódios em quatro dias. Os candidatos são as provas de salto do hipismo, a luta olímpica, o taekwondo e o pentatlo moderno.

No hipismo, o time que abriu mão de Rodrigo Pessoa era uma aposta do COB, mas ficou apenas em quinto lugar na final por equipes de saltos desta quarta-feira. Agora, Doda Miranda, Pedro Veniss e Eduardo Menezes tentam surpreender no individual.

Na luta olímpica, Aline Silva é a grande esperança. Ela é vice-campeã mundial em 2014, chegou à disputa por medalha (mas perdeu) também em 2015. Sua fase é boa, já que ela foi bronze no evento teste da Rio-2016. Além disso, o Brasil ainda pode ver surpresas com Joice Silva, campeã do Pan de Toronto, e Laís Nunes, bronze no evento teste.

No taekwondo, a delegação verde-amarela tem dois medalhistas do último mundial, mas ambos competem fora de sua categoria. Venilton Teixeira foi bronze no Mundial de 2015 nos 54kg, mas teve de subir para os 58kg no Rio, já que a categoria em que medalhou não era olímpica. O mesmo acontece com Iris Sing, bronze nos 46kg em 2015 que compete nos 49kg nas Olimpíadas.

Para completar, Yane Marques pode salvar a meta. Medalhista de bronze nas Olimpíadas de Londres-2012 como uma surpresa, ela tem dois pódios em mundiais no ciclo olímpico (prata em 2013 e bronze em 2015). O problema é que, no Mundial de 2016, em Moscou, ela foi apenas a 13ª colocada.

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