Isaquias faz melhor tempo de prova em Olimpíadas e vai à final na canoagem

Na busca de sua segunda medalha olímpica, o brasileiro Isaquias Queiroz garantiu nesta quarta-feira uma vaga na final da categoria C1- 200 m dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com direito ao melhor tempo da prova em Olimpíadas. O canoísta, que ganhou a prata na C1-1000 m na terça, passou a sua bateria na primeira posição e disputará a decisão na quinta-feira, às 9h23 (de Brasília).

Isaquias percorreu os 200 m na Lagoa Rodrigo de Freitas em 39s659 e conseguiu um tempo ainda melhor do que o obtido nas eliminatórias por Valentin Demyanenko, que tinha estabelecido o melhor tempo olímpico da história com 39s749. A marca anterior pertencia ao russo Ivan Shtyl, que fez 40s346 em Londres-2012. O brasileiro tinha sido o segundo de sua bateria e oitavo melhor nas eliminatórias com 40s522.

"Para chegar na decisão eu precisava melhorar em relação à eliminatória, quando eu não saí muito bem, tive um erro e acabei ficando um pouco de lado. O português acabou colocando quase um barco na minha frente, e eu tive de recuperar. Na semifinal eu tinha de realizar uma saída sem erro, o que acabou acontecendo. Consegui chegar na frente, mas não sei a distância em relação aos outros atletas", disse.

Vale explicar que, por conta das variações climáticas entre as provas de canoagem, a modalidade não utiliza a expressão "recorde" para determinar o melhor tempo da história. Nas semifinais de hoje, por exemplo, a variação rápida no vento explica em parte a diferença nos tempos entre as baterias, com a primeira, de Isaquias, registrando os três melhores de toda a fase.

“O tempo ajuda bastante por ser um incentivo a mais, mas acho que o vento foi mais forte na minha semifinal do que nas outras. O tempo não significa nada numa semifinal porque você pode pegar mais ou menos vento do que outro. O melhor mesmo é colocar todo mundo junto para ver quem é o melhor. Vamos esperar a final para ver quem faz melhor”, explicou

Avançaram para a decisão os dois melhores de cada bateria semifinal e os dois tempos mais rápidos entre os restantes. O segundo melhor do dia foi o espanhol Alfonso Benavides Lopes de Ayala, com 40s038. Atual campeão olímpico, Iurii Cheban está fora da decisão. Maior rival de Isaquias no C1-1000m, o alemão Sebastian Brendel não participa da prova. 

Isaquias disse que sua resistência pode fazer a diferença na decisão. “A técnica é minha resistência. Dá para ver nas minhas provas que quando os adversários começam a cansar eu começo a subir. Por estar remando os 1000 metros, tenho mais resistência".

Mais Brasil na Lagoa 

O Brasil foi representado em outras duas provas nesta quarta-feira na Lagoa Rodrigo de Freitas. Na K2- 200 m, Edson Silva e Gilvan Ribeiro passaram pelas eliminatórias com o quinto tempo da bateria, terminaram em quarto na primeira série semifinal e vão disputar a final B na quinta-feira. Eles registraram 33s359 e precisavam chegar entre os três primeiros da bateria.

Já Ana Paula Vergutz parou nas eliminatórias da K1 - 500 m, completando a sua bateria na sexta colocação com 2min00s680. As cinco primeiras avançavam de fase.

Em busca de um recorde

Isaquias voltou à Lagoa Rodrigo de Freitas um dia após entrar para a história como primeiro medalhista do Brasil na canoagem com a prata obtida na C1-1000 m. Ele ainda disputará a categoria C2- 1000 m a partir de sexta-feira na busca de três pódios em uma mesma edição de Jogos Olímpicos, o que é inédito para brasileiros.

A tentativa é possível graças a um calendário diferente em relação a Pequim-2008 e Londres-2012, com a conclusão de cada uma das provas em dois dias antes do início das eliminatórias de outra. César Cielo (Pequim-2008), Gustavo Borges (Atlanta-1996), Afrânio da Costa e Guilherme Paraense (Antuérpia-1920) são os atuais recordistas com duas medalhas em uma mesma Olimpíada.

Isaquias avaliava antes dos Jogos Olímpicos que a categoria em que foi prata, a C1-1000 m, era a que menos tinha chances de ouro por causa do desempenho de Sebastian Brendel. O alemão é dominante na categoria nos últimos anos e conquistou o bicampeonato olímpico no Rio de Janeiro na terça.

Na C1-200m, Isaquias tem o bronze do último Mundial, em 2015, e garantiu o ouro do Pan de Toronto. Já na C2-1000 m ele faz parceria Erlon de Souza. e a dupla é atual campeã mundial