! Brasil para na China e dá adeus ao sonho do tri olímpico no vôlei feminino - 17/08/2016 - UOL Olimpíadas

Relatos das provas

Brasil para na China e dá adeus ao sonho do tri olímpico no vôlei feminino

Leandro Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Brasil podia entrar para a história do vôlei nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Uma primeira fase impecável trilhava o caminho para o tricampeonato olímpico, feito que só Cuba havia conseguido. Mas o sonho parou na China, nas quartas de final. As chinesas ganharam de virada por 3 a 2, parciais de 15/25, 25/23, 25/22, 23/25 e 15/13, em duas horas de jogo.

Classificada para o mata-mata na primeira colocação e sem um set sequer cedido, o time de José Roberto Guimarães viu no sistema defensivo seu principal problema na partida. Leia, Jaqueline, Fê Garay e Natália tiveram oportunidades para corrigir o sistema defensivo, mas não solucionaram o problema.

A zebra dentro de casa faz com que a participação do vôlei feminino seja a pior desde a Olimpíada de Seul-1988. Na ocasião, o Brasil ficou em último lugar de sua chave e disputou apenas o quinto lugar da competição. Desde então, haviam sido duas medalhas de ouro (08 e 12), duas de bronze (96 e 00) e dois quartos lugares (92 e 04).

Brasil passeia no primeiro set

REUTERS/Yves Herman
imagem: REUTERS/Yves Herman

As chinesas não conseguiram fazer frente ao time brasileiro na primeira parcial. Com muita tranquilidade, a equipe de José Roberto Guimarães fechou o set inicial em 25 a 15. A China sofreu com o bloqueio brasileiro e com a efetividade de Fê Garay e Sheilla (seis e cinco pontos, respectivamente). A única que ainda tentava algo era Ting Zhu, que terminou a parcial com quatro pontos anotados.

Brasil perde o primeiro set no campeonato

REUTERS/Yves Herman
imagem: REUTERS/Yves Herman

A tônica do primeiro set não se repetiu no segundo. Em um ritmo mais lento, a seleção brasileira permitiu a reação chinesa. Em uma parcial bastante equilibrada, a China se aproveitou dos erros brasileiros para diminuir uma diferença de cinco pontos na metade da parcial e seguir para fechar o set em 25 a 23. No parcial, o ponto de desequilíbrio foi Changning Zhang. Ausente no primeiro set, suas defesas e eficiência no passe foi fundamental para diminuir os erros chineses.

Esse foi, também, o primeiro set perdido pelo Brasil na competição. Nos cinco jogos anteriores, o time de José Roberto Guimarães havia vencido por 3 sets a 0.

Erros complicam o Brasil no terceiro set

A seleção brasileira pareceu sentir a primeira parcial perdida no campeonato e os erros aumentaram. Para tentar reverter a situação e melhorar o passe, o técnico José Roberto Guimarães decidiu trocar Natália por Jaqueline, a melhor passadora do time. A alteração natural seria com a saída de Fê Garay, mas a ponteira era o destaque da equipe e maior pontuadora.

Apesar de Jaqueline ter entrado bem na partida, os sucessivos erros de recepção continuaram e complicaram a vida do time do Brasil. E uma nova atuação eficiente de Zhu fizeram com que a China conseguisse fechar a parcial em 25 a 22.

Alteração ousada ajuda o Brasil no quarto set

O técnico Zé Roberto sentiu a necessidade de mudar algo no time e fez uma alteração ousada para o quarto set. A bicampeã Thaisa deixou a quadra para entrar Juciely que vinha muito bem no começo da competição. Foi a central que colocou vantagem no placar com um bloqueio.

Natália também entrou melhor na parcial, começou a virar bolas que estava errando. De quebra, fez o ginásio explodir depois de uma jogada em que virou para torcida e pediu barulho. Mas a caminhada para virada veio com Fabiana. Quando o Brasil perdia por 12 a 14, a meio-de-rede foi responsável por dois pontos seguidos, um deles um ace, que reequilibraram o time brasileiro na partida. A virada com mais dois pontos na sequência fez com que o Brasil conseguisse caminhar para fechar o set em 25 a 22.

Erros cobram caro no set decisivo

No set decisivo, o número de erros chinês aumentou e Sheilla apareceu quando a equipe brasileira mais precisava. No meio da parcial, no entanto, os erros de recepção voltaram a aparecer no time do Brasil, e a China teve sua maior vantagem: 9 a 7, quando José Roberto pediu tempo.

Enquanto a China mantinha a vantagem de dois pontos no placar, Jaqueline rezava no lado de fora da quadra. No lado de dentro, no entanto, os erros voltaram a aparecer e dois erros de saque (Juciely e Sheilla) facilitaram a vida chinesa, que fechou o set em 15/13.

Jogadoras e neto de Zé choram após derrota do Brasil

Topo