Atletismo

COI condena vaias no pódio a Lavillenie, que é consolado pelo rival Thiago

Twitter/Reprodução
Thiago Braz, Renaud Lavillenie e Sergei Bubka imagem: Twitter/Reprodução

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

A vaia ao francês Renaud Lavillenie na cerimônia de premiação do salto com vara impressionou o COI (Comitê Olímpico Internacional). Pelo Twitter, o presidente da entidade, Thomas Bach, classificou de "inaceitáveis" as vaias ao francês, que foi defendido e consolado pelo brasileiro Thiago Braz, campeão olímpico da modalidade. 

"Comportamento chocante do público nas vaias a Renaud Lavillenie no pódio. Inaceitável nos Jogos Olímpicos", disse o cartola alemão. 

O protesto do público fez Lavillenie, que já tinha reclamado das vaias após a final, na última segunda, chorar durante a execução do hino nacional brasileiro. Constrangido, Thiago Braz pediu que o público aplaudisse o rival em vez de criticá-lo, no que foi apenas parcialmente atendido. 

"Talvez na hora do nervoso ele tenha soltado algumas palavras não muito legais, mas ele está repensando", disse Thiago sobre Lavillenie. "A gente conversou, achei superbacana a atitude que ele mesmo teve. Eu admiro muito ele, desde quando comecei a saltar em 2003, ele sempre me influenciou".

O apoio, segundo o COI, não se limitou à cerimônia. No mesmo Twitter, a entidade publicou uma foto em que o brasileiro aparece sentado em uma mesa com um Lavillenie visivelmente emocionado e Sergei Bubka, ucraniano que é o maior saltador da história. Segundo a publicação, os dois consolavam o francês após a entrega das medalhas.

O ataque duro do COI repete o cuidado que a Rio-2016 tem tomado com o assunto. Na manhã desta terça, a organização dos Jogos condenou as vaias a Lavillenie durante a final do salto com vara e prometeu tentar "educar" o público. À noite depois dos protestos na hora da entrega das medalhas, o locutor do Engenhão chegou a pedir respeito aos estrangeiros para as arquibancadas. 

Durante a final, Lavillenie reclamou muito das vaias da torcida do Brasil durante a final do salto com vara na última segunda. O favorito francês errou seu último salto para 6,08 m e o ouro ficou com o brasileiro, que havia quebrado o recorde olímpico ao saltar 6,03 m minutos antes. Na saída, o europeu comparou a situação às vaias dos alemães nazistas ao americano Jesse Owens, velocista negro, nas Olimpíadas de 1936. Mais tarde, ele pediria desculpas pela associação infeliz. 

Com choro de francês, Thiago Braz recebe ouro do salto com vara

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