Novo fenômeno do atletismo sofre com multas de velocidade e veio do rúgbi
O sul-africano Wayde van Niekerk deixou até Michael Johnson boquiaberto ao bater o recorde mundial dos 400 m rasos que pertencia ao norte-americano, faturando a medalha de ouro no Rio. Velocidade é uma profissão, mas também uma diversão para Van Niekerk. E isso, às vezes, lhe causa até alguns problemas, por incrível que pareça.
Quando não está nas pistas de corrida, o sul-africano, que completou 24 anos no mês passado, gosta de acelerar seus carros até demais. Por isso, começou a acumular multas de trânsito. Ultrapassar a velocidade permitida se tornou rotina, o que, no volante, é algo com que se preocupar.
“Meu padrasto me comprou um Polo [como primeiro carro], mas tenho um pouco de problema com os limites de velocidade. Em dois meses eu já havia levado duas multas. Então agora esse carro está com meu irmão e eu tenho um novo”, contou o velocista à IAAF, sem revelar o novo modelo.
“Estou tentando ser mais disciplinado para respeitar as regras de trânsito”, emendou Van Niekerk. Mas exceção feita a quando está no volante, o sul-africano lida com a velocidade desde pequeno, sempre com incentivo dos pais.
Sua agilidade rendeu um início de carreira no rúgbi. Seu treinador na época aproveitava sua velocidade para as investidas ofensivas e ainda dava um estímulo extra: dinheiro a cada vez que conseguisse um try (maior forma de pontuar).
“Eu jogava rúgbi e era bom. Tenho velocidade, então tinha essa vantagem. Meu treinador me incentivava oferecendo 5 rands (moeda sul-africana) por cada try que eu marcava, o que na época era um bom dinheiro”, relembrou.
Apesar disso, o atletismo era um destino quase natural. Seus pais foram velocistas quando mais jovens, enquanto sua tia era atleta do salto em altura. “Já dava para ver que ele seria muito bom. Quando ele mudou de escola, um garoto disse: ‘adeus, Wayde, nos deixe orgulhosos. Veremos você na TV um dia’”, contou o pai, Wayne.
Atual campeão olímpico e mundial dos 400m, Van Niekerk cumpriu a profecia do colega de infância. E nem foi por causar no trânsito, mas por mostrar velocidade no lugar certo.