Depois de vaias a Lavillenie, Engenhão pede que público respeite os atletas
Gustavo FranceschiniDo UOL, no Rio de Janeiro
Depois da final do salto com vara, marcada pelas vaias ao francês Renaud Lavillenie, a organização da Rio-2016 decidiu tomar medidas mais enérgicas para conter o público. Nesta terça, o alto-falante do Engenhão pediu para que o público se contenha nas manifestações.
Mais cedo, na entrega das medalhas para o salto com vara masculino, o público havia vaiado Lavillenie, criando uma saia-justa para o campeão Thiago Braz, que chegou a pedir aplausos aos rivais. Depois da cerimônia de pódio, porém, não houve nenhum tipo de protesto do público nas outras provas.
Na última segunda, as vaias foram um dos grandes assuntos do dia. Quando a final do salto com vara masculino ficou reduzida ao brasileiro Thiago Braz e Lavillenie, a torcida vaiou o francês, que se irritou. Na hora, o locutor oficial do Engenhão pediu silêncio e foi atendido, mas o campeão olímpico disse ter se desconcentrado e culpou o público pela perda do ouro. Nesta terça, o comitê organizador também condenou as vaias e prometeu tentar "educar" o público.
O aviso ocorreu durante a final do salto em altura masculino e das eliminatórias do salto em distância feminino. Sem atletas brasileiros de peso, no entanto, o público presente permaneceu a maior parte do tempo calado.
Nem a presença de Darya Klishina, única russa do atletismo, atiçou a torcida. Na natação, vale lembrar, a também russa Yulia Efimova foi duramente vaiada pelo público quando caiu na piscina por seu histórico – ela foi pega duas vezes no doping.
Klishina, ao contrário de todos os seus compatriotas, foi autorizada a participar dos Jogos Olímpicos por viver e treinar nos Estados Unidos, mantendo pouco ou nenhum contato com o sistema esportivo russo. A participação, no entanto, só foi assegurado em cima da hora, por meio de um recurso no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte).