Após 5º lugar, Fernando Reis reclama de Confederação: "Presidente é lento"

Fábio Aleixo
Do UOL, no Rio de Janeiro
DAMIR SAGOLJ/REUTERS
O brasileiro Fernando Reis, de 26 anos, traçou como meta levantar 440 quilos nesta terça-feira

Quinto colocado na prova de levantamento de peso para atletas com mais de 105 quilos na Olimpíada, Fernando Saraiva Reis reclamou da Confederação Brasileira da modalidade e falou que faltou apoio durante todo o ciclo olímpico.

"Preciso agradecer ao COB (Comitê Olímpico do Brasil), que me deu todo o suporte. A Confederação não faz um trabalho a longo prazo e não deixou nenhuma estrutura e legado. Há seis meses, eu estava treinando na minha academia em São Paulo, o que é uma palhaçada. Recursos não faltam, mas o presidente (Enrique Monteiro) é lento, não se mexe", afirmou o brasileiro, que na final olímpica quebrou o recorde pan-americano ao levantar 435 quilos na soma do arranco e arremesso.

Fernando falou também que a partir de agora já começa a pensar na Olimpíada de 2020. O halterofilista afirmou ainda que poderia ter conseguido um resultado melhor no Rio, mas que o nível da prova foi elevado.

"Como pessoa, saio feliz por ter tido o apoio deste público. Nunca tinha competido com tantas pessoas torcendo por mim. Como atleta, quero sempre vencer. Mas foi uma prova muito dura, com recordes mundial e olímpico. Deixei toda a gasolina que eu tinha no tanque", afirmou.

A versão do presidente da CBLP

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, Enrique Monteiro, presidente da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, rebateu as afirmações de Fernando Reis.

Confira um trecho da resposta do dirigente:

“Toda solicitação da equipe do Fernando foi atendida, para que ele pudesse estar preocupado somente com a preparação.

Cabe ressaltar que o CT Unimed, onde ficou toda equipe brasileira desde janeiro de 2016, foi amplamente elogiado, principalmente pelo Fernando.

Esse local foi escolhido por mim e aprovado por todos e custeado integralmente pela CBLP.

Todos os demais custos (passagens aéreas, hospedagem, alimentação, participação em eventos internacionais, bolsa individual, auxílio-alimentação) foram custeados única e exclusivamente pela CBLP.

O COB auxiliou somente com a disponibilidade de um fisioterapeuta e um massoterapeuta em uma parte do período, além dos últimos 10 dias antes de 'entrar na Vila', uma vez que eles preferiram ficar no CT que a CBLP conseguiu.”