Após 5º lugar, Fernando Reis reclama de Confederação: "Presidente é lento"
Fábio AleixoDo UOL, no Rio de Janeiro
Quinto colocado na prova de levantamento de peso para atletas com mais de 105 quilos na Olimpíada, Fernando Saraiva Reis reclamou da Confederação Brasileira da modalidade e falou que faltou apoio durante todo o ciclo olímpico.
"Preciso agradecer ao COB (Comitê Olímpico do Brasil), que me deu todo o suporte. A Confederação não faz um trabalho a longo prazo e não deixou nenhuma estrutura e legado. Há seis meses, eu estava treinando na minha academia em São Paulo, o que é uma palhaçada. Recursos não faltam, mas o presidente (Enrique Monteiro) é lento, não se mexe", afirmou o brasileiro, que na final olímpica quebrou o recorde pan-americano ao levantar 435 quilos na soma do arranco e arremesso.
Fernando falou também que a partir de agora já começa a pensar na Olimpíada de 2020. O halterofilista afirmou ainda que poderia ter conseguido um resultado melhor no Rio, mas que o nível da prova foi elevado.
"Como pessoa, saio feliz por ter tido o apoio deste público. Nunca tinha competido com tantas pessoas torcendo por mim. Como atleta, quero sempre vencer. Mas foi uma prova muito dura, com recordes mundial e olímpico. Deixei toda a gasolina que eu tinha no tanque", afirmou.
A versão do presidente da CBLP
Em contato com a reportagem do UOL Esporte, Enrique Monteiro, presidente da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, rebateu as afirmações de Fernando Reis.
Confira um trecho da resposta do dirigente:
“Toda solicitação da equipe do Fernando foi atendida, para que ele pudesse estar preocupado somente com a preparação.
Cabe ressaltar que o CT Unimed, onde ficou toda equipe brasileira desde janeiro de 2016, foi amplamente elogiado, principalmente pelo Fernando.
Esse local foi escolhido por mim e aprovado por todos e custeado integralmente pela CBLP.
Todos os demais custos (passagens aéreas, hospedagem, alimentação, participação em eventos internacionais, bolsa individual, auxílio-alimentação) foram custeados única e exclusivamente pela CBLP.
O COB auxiliou somente com a disponibilidade de um fisioterapeuta e um massoterapeuta em uma parte do período, além dos últimos 10 dias antes de 'entrar na Vila', uma vez que eles preferiram ficar no CT que a CBLP conseguiu.”