Neto de Zé Roberto faz sua "estreia" em Jogos e chama atenção na torcida

Leandro Carneiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
Alexandre Cassiano/O Globo/NOPP

José Roberto Guimarães está disputando, no Rio de Janeiro, sua nona Olimpíada, entre treinador, auxiliar e jogador, da carreira. E essa tem sido especial para ele, não só pelo fato de estar no Brasil. Um torcedor tem chamado a atenção nas partidas do Maracanãzinho. O pequeno Felipe, de seis anos, neto do técnico da seleção brasileira, é sempre o primeiro fora do time a ganhar o abraço do técnico que já foi campeão olímpico três vezes ao fim de cada partida.

Essa é a primeira Olimpíada do garoto. Há quatro anos, quando seu avô foi campeão em Londres, ele era muito novo. Sequer esteve na Inglaterra para ver ao vivo o título da seleção.

Mesmo assim, Felipe já sabe a rotina dos jogos da seleção feminina. Antes que qualquer pessoa roube seu lugar, o menino, com o rosto pintado e brilho nos olhos, deixa a mãe, a avó e a tia na torcida, desce três degraus e se encaminha para o murinho que separa a quadra das arquibancadas. De lá, acompanha os momentos finais da partida. Quando o Brasil fecha o jogo por 3 a 0, o que aconteceu em todos jogos da primeira fase, ele fica esperando o avô se encaminhar até ele.

Rodeado de diversos adultos que aguardam a passagem das meninas para ganhar tapas na mão, ele ganhou uma melhora em seu lugar na quadra. É no colo de José Roberto Guimarães que o menino recebe as jogadoras. Todas, sem nenhuma exceção, fazem uma gracinha quando passam por Felipe.

A rotina de Felipe não tem sido apenas nos minutos finais dos Jogos. Apesar de ser só uma criança de seis anos, ele torce para o Brasil a todo instante. Se tem algo inseparável para o menino durante a partida é a bandeira do país, que quando não está enrolada em seu corpo, está esticada. Entre um set e outro, ele corre balançando o artigo, tudo para tentar aparecer na câmera que mostra as pessoas no telão.

Os gritos ele também já aprendeu. Ele vaia quando o técnico russo Marichev desafia uma decisão da arbitragem. “Vai Fabi”, diz quando a central tenta um saque. A empolgação é ainda maior quando a seleção faz um ponto depois de um rali.

“Ele curte muito esporte e vibra. Eu acho que esse é o legado que vai ficar para ele. Exemplo de país que fez uma Olimpíada, que está participando, o avô está participando. Gostaria que tivesse essa lembrança quando ficar mais velho. Que possa contar essa história. Acho que é muito importante. É bonitinho vendo ele torcendo. Ele sofre muito ali, é muito legal. Só os vejo a cada dois dias”, explicou o técnico da seleção.

De fato, Felipe gosta de esporte. Quando sai da quadra de vôlei, ele joga futebol com uma garrafa de água. A mesma que vira uma “bola de basquete” quando chega o momento de jogá-la no lixo.

Felipe agora conviverá com jogos mais tensos do que na primeira fase. O Brasil volta à quadra na terça-feira para enfrentar a China pelas quartas de final. Se seguir dando sorte como tem feito até aqui, o menino poderá ter uma última semana de Olimpíada inesquecível.