"Um dos jogos mais difíceis que fiz", diz Murray após batalha com Del Potro
Mauricio StycerDo UOL, no Rio de Janeiro
Andy Murray e Juan Martin Del Potro protagonizaram uma batalha épica no Centro Olímpico de Tênis, no Rio de Janeiro, neste domingo. O britânico venceu por 3 sets a 1, mas saiu de quadra muito desgastado fisicamente e impressionado com o alto nível técnico de seu adversário. O número 2 do mundo sofreu para conter as pancadas do argentino, prejudicado nos últimos anos por três cirurgias em seu punho esquerdo.
"Estou muito feliz. Foi um dos jogos mais difíceis que joguei para ganhar um título importante. Meu primeiro Grand Slam foi muito difícil (no Aberto dos Estados Unidos, em 2012), mas hoje foi especialmente difícil", revelou. "Não vi nenhum dos jogos do Del Potro até ontem, contra Nadal. É incrível estar jogando neste nível depois de todos os problemas que teve com seu punho. É incrível que voltou. E especialmente no nível que jogou. Ele deve sentir muito orgulho pelo que fez."
Murray alcançou com o título no Brasil um feito inédito: o bicampeonato olímpico no tênis. Em Londres, há quatro anos, ele cedeu apenas sete games a Roger Federer na decisão dos Jogos e conquistou seu primeiro ouro. O britânico destacou que a medalha deste domingo, conquistada após quatro horas recheadas de tensão e pontos espetaculares, tem um sabor especial.
"A primeira vez que ganhei ouro foi incrível. Mas dessa vez foi mais difícil do que em Londres. Na final de 2012, eu estive na frente o tempo todo. Aqui, tive tantos altos e baixos no jogo. Foi muito difícil", admitiu.
O vice-líder do tênis masculino acredita que Del Potro deve voltar a brigar pela primeiras posições, caso se livre definitivamente dos problemas físicos. O argentino ocupou a 4ª colocação da lista da ATP no fim de 2010.
"Del Potro tem uma dificuldade com a esquerda. Mas está treinando muito isso. Se continuar em forma, não tem como não voltar ao topo do ranking", analisou.
Outros trechos da entrevista coletiva de Murray:
Possibilidade de chegar ao tricampeonato olímpico
"O fato de ser inédito (o bi olímpico) indica como é difícil e me deixa muito orgulhoso. Tanta coisa pode acontecer em quatro anos. Espero estar jogando no mesmo nível no Japão.”
O comportamento do público brasileiro
“O clima estava ótimo. Não vi maiores problemas. O público estava dividido. Em Grand Slams, o clima é diferente. O público vem pra ver bons jogos. Você não ouve gritos, músicas... Você vê isso em Copa Davis.”
Boa fase no circuito
“Nas últimas semanas, desde Monte Carlo, há quatro meses, tenho competido pelas posições principais em todos os torneios, contra atletas ótimos também. Djokovic tem jogado demais nos últimos dois anos. Preciso manter esse ritmo por mais tempo. Vou tentar jogar bem o Aberto dos Estados Unidos.”