Natação

Ryan Lochte se negou a deitar no chão durante assalto no Rio: "Me recusei"

Michael Sohn/AP
Ryan Lochte teve dinheiro e carteira roubados na noite do último sábado (13) no Rio de Janeiro imagem: Michael Sohn/AP

Do UOL, no Rio de Janeiro

Ouro no revezamento 4x200 m livre da natação na Rio-2016, Ryan Lochte relatou com detalhes o roubo numa falsa blitz policial na noite do último sábado (13) no Rio de Janeiro. Ao voltar de uma festa em direção à Vila Olímpica num táxi, ele disse que se negou a deitar no chão quando abordado pelos assaltantes.

"Eles sacaram as armas e disseram aos outros nadadores para deitarem no chão - e eles deitaram. Eu me recusei. Eu pensei 'não fizemos nada errado, então não vou me deitar no chão'", relatou Lotche aos meios de comunicação dos EUA.

"Então o cara engatilhou a arma, colocou na minha testa e disse: 'Se abaixe'", contou. Ainda sim, Lochte não se curvou: "Eu coloquei minhas mãos para o alto".

O nadador norte-americano confirmou que teve dinheiro e carteiras roubados, ficando apenas com o celular e as credenciais da Rio-2016. Além do ouro no revezamento, Lochte foi quinto colocado nos 200 m medley. Ele tem 11 pódios olímpicos na carreira e coleciona medalhas desde Atenas-2004. 

Em nota enviada no início da tarde deste domingo (14), o USOC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos) afirmou que as pessoas que abordaram Lochte estavam vestidas como policiais.

"Nós saímos do táxi e esses caras vieram com um distintivo policial, sem luzes, sem nada, só com distintivo", confirmou Lochte. 

“De acordo com os atletas Gunnar Bentz, Jack Conger, Jimmy Feigen e Ryan Lochte, eles deixaram a Casa França na madrugada deste domingo de táxi rumo à Vila Olímpica e foram parados por indivíduos que se passaram por policiais armados e pediram dinheiro e objetos pessoais. Todos os quatro atletas estão bem e cooperando com as autoridades”, informou Patrick Sandusky, porta-voz dos EUA.

De acordo com a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), as investigações já estão em andamento para apurar o roubo sofrido pelos atletas da equipe olímpica de natação dos EUA. Um deles já foi ouvido pela equipe responsável pela investigação. Ele confirmou o crime, mas não soube informar o local onde teria ocorrido o roubo. As demais vítimas ainda serão intimadas e ouvidas para prestarem mais detalhes. O taxista ainda não foi localizado. 

Lochte havia sido convidado para uma comemorar o aniversário de um amigo na Casa França. O nadador Thiago Pereira também estava na festa, mas disse ter voltado ao hotel com a mulher, Gabriela - os dois estão hospedados no hotel Royal Tulip, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro. O brasileiro afirmou que não estava no táxi no momento do incidente. 

O comitê organizador da Rio-2016 confirmou o episódio, mas evitou entrar em detalhes no momento. "Recebemos informações muito vagas. Houve algum incidente realmente, mas estamos aguardando mais informações. Não temos mais detalhes", explicou Mário Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016. Mais tarde, na manhã deste domingo, afirmou que a história contada nos jornais dos EUA não condizem exatamente com a verdade. 

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