Micale sai em defesa de Neymar e resume partida: "cara de Libertadores"
O treinador Rogério Micale ressaltou aspectos positivos na partida competitiva e, de certa forma, violenta, entre Brasil 2 x 0 Colômbia na noite deste sábado. Logo após Carlos Alberto Restrepo, treinador colombiano, dizer que Neymar merecia ter sido expulso por falta duríssima sobre Teo Gutiérrez, Micale enfatizou o lado oposto.
"Realmente tiramos algumas lições desse jogo. Foi um jogo muito físico, num campo onde é muito rápido e proporciona às vezes, quando não se está tão adaptado - foi o primeiro jogo do Brasil e o segundo da Colômbia, dominar a bola muito rápida proporcionava a chegada forte. Discordo do meu colega (Restrepo), a Colômbia exagerou no contato físico. Teve um outro lado de uma equipe muito técnica (Brasil), que hoje soube sofrer e manteve o equilíbrio, não entrou na provocação, porque fomos provocados o jogo todinho. Foi um jogo com cara de Libertadores em que a equipe mostrou outro lado muito importante em um jogo como esse", analisou Micale.
"Acredito que o Neymar hoje deu uma resposta muito positiva em termos de equilíbrio. Somos seres humanos. Ele foi provocado durante praticamente os 45 minutos do primeiro tempo. Era um lance em que o jogador deveria devolver a bola e não devolveu. Ele chegou mais firme, como vinham chegando nele. Depois, em nenhum momento, ele perdeu o equilíbrio. Prefiro ver os 99% de lances em que ele manteve o equilíbrio, não caiu em provocação. Houve o momento do amarelo, porque existe um histórico entre as duas equipes e ele participou. Sinceramente, ele foi muito bem por todas as circunstâncias que apareceram durante esse jogo", acrescentou o treinador.
Micale ainda fez uma análise a respeito do adversário brasileiro por vaga na semifinal. "Nosso próximo objetivo é passar por Honduras, que demonstrou ser uma equipe muito competente, que sabe sofrer e que demonstrou isso ganhando jogos importantes contra equipes tradicionais. Ganhou da Coreia, que em futebol de jovens cresce muito no cenário mundial e soube levar o jogo hoje. Vamos focar em Honduras para tentar chegar à final", afirmou.
Confira outras respostas de Rogério Micale:
O IMPACTO DE LUAN NA VOLTA POR CIMA DO BRASIL
É um jogador que tem uma dinâmica acima da média, um jogador que no primeiro momento estávamos usando para mudar a condição de jogo, porque ele tem esse potencial. Mas, durante os treinamentos, as coisas que iam acontecendo nos levaram a abrir brecha mesmo com três atacantes, e a resposta foi muito boa, principalmente de todo o conjunto para mudar a chave pela perda da posse de bola. Ele veio ser esse jogador, não só pelo gol que valorizamos, mas pelo que representa no contexto de conjunto. Ele sustenta isso o jogo todo, o que nos ajuda muito quando perdemos. Ele realmente vem sendo um diferencial com as finalizações, abrindo espaços e flutuando no setor onde precisava de um apoio maior. Ele deu essa resposta.
THIAGO MAIA VIROU RESERVA
Pedi desculpas ao Thiago porque não tenho como colocar 12 jogadores. Ele fez duas partidas excepcionais. Se fosse um Campeonato Brasileiro, ele podia retornar para não tirar a segurança. É uma competição muito curta e, pelo rendimento no jogo, pela performance que faz muita diferença...mesmo tirando um jogador que foi destaque das primeiras rodadas, como treinador a gente sente. Mas tenho um grupo fantástico de jogadores que entenderam o objetivo maior. Conto com ele, e ele sabe disso. Optei por manter a equipe pela resposta que deu.
TODOS JOGADORES AJUDAM NO ATAQUE E NA DEFESA
Temos dois grandes zagueiros, laterais e meio-campistas que atuam de forma magnífica, mas esse setor ofensivo tem contribuído de forma decisiva na organização defensiva da equipe. É o jogar junto, o espírito coletivo, a forma de jogar agrupado, compactada, que deu uma resposta muito boa nesse sentido e nos permite ter uma equipe ofensiva. O goleiro iniciar o jogo e o atacante iniciar a recuperação da posse de bola.
CABEÇA FRIA EM MOMENTOS DE PROVOCAÇÃO
São jovens, mas com rodagem. Já temos certa experiência em jogar contra escolas sul-americanas. Joguei recentemente o Pan, onde ganhando de 1 a 0, com um a mais, em cima de provocações que tivemos dificuldades, perdemos o jogo e a medalha de ouro. Essas derrotas nos fortalecem para, num passo futuro, passar tranquilidade de que não pode entrar nesse jogo que não é nossa característica, de provocação e revide. Vamos ser fortes.