Atletismo

Gêmeas de Alemanha e Estônia transformam maratona em coisa de família

Iwi Onodera/UOL
As gêmeas alemãs Anna (esq.) e Lisa Hahner começaram a correr após ouvir palestra de ídolo da música imagem: Iwi Onodera/UOL

Fernanda Schimidt

Do UOL, no Rio de Janeiro

Cinco atletas irão compartilhar seu momento olímpico de maneira especial, correndo ao lado de suas respectivas irmãs. Todas idênticas. É caso da dupla alemã Anna e Lisa Hahner, 26, e do trio estoniano Leila, Liina e Lily Luik, 30, - estas as primeiras trigêmeas idênticas a participarem juntas de uma edição dos Jogos Olímpicos.

“Gostaríamos de terminar a corrida com um sorriso no rosto”, disse Leila, 30, em entrevista ao UOL Esporte ao lado das irmãs. Longe do clima competitivo dos eventos da Rio 2016, as cinco querem finalizar a participação delas com alegria, independentemente do resultado e conscientes de que suas chances de pódio são mínimas.

“Queremos o sentimento de chegar à linha de partida e dizer ‘nós conseguimos!’”, contou Anna Hahner. Ela e Lisa demonstram um ligação extremamente forte, simbiótica. Respondem às perguntas olhando profundamente nos olhos uma da outra, quase como se estivesse procurando telepaticamente uma mesma resposta.

As alemãs começaram a correr após assistir a uma palestra de Joey Kelly, da banda The Kelly Family, sucesso na Europa nos anos 1990. “Nós pensamos ’nossa!’. Ela falava sobre correr como se fosse a coisa mais legal do mundo. Nós também queremos!”, disse Anna. “E foi a coisa mais mais mais legal de todas”, completou Lisa.

Tanto para as irmãs Hahner quanto para as Luik só há pontos positivos em treinar e competir entre irmãs. “É mais fácil para treinar junto. As outras irmãs continuam te motivando e incentivando a ir além, não deixam que fique triste”, falou Lily.

O técnico de Anna e Lisa gosta de pegar pesado. Anna, mais velha por 16 minutos, contou como são os dias de treinamento intensivo. “Começamos por volta das 9h, com [corridas de] 10 km em passo moderado por cerca de 40 minutos. Temos cinco minutos de descanso e mais 10 km em uns 35 minutos. Nessa hora você já sente que não aguenta mais. Mas aí tem mais um período de descanso e voltamos a treinar à noite, com dez séries de mil metros. No fim, estamos pedindo para sermos carregadas até em casa”, riu. O treino pesado tem um ponto especialmente agradável: “no dia seguinte, temos um dia fácil! Com corridas leves para nos recuperarmos”, completa Anna.

Mesmo com tantas horas dedicadas lado a lado, as irmãs não se desgrudam. As trigêmeas contam que preferem dividir também os momentos de lazer. “Gostamos de ir ao shopping e sair com amigos. Temos muitos amigos em comum”, explicou Lily.

As gêmeas Hahner e trigêmeas Luik correm neste domingo (14), a partir das 9h30 (horário de Brasília).

Iwi Onodera/UOL
Lily, Liina e Leila Luik (esq. para dir.), da Estônia, são as primeiras trigêmeas idênticas a competir juntas numa edição das Olimpíadas imagem: Iwi Onodera/UOL

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