Gringos do Brasil no polo se impressionam com torcida em vitória histórica

Bruno Doro
Do UOL, no Rio de Janeiro

Ratko Rudic tem quatro títulos olímpicos, três títulos mundiais e o rótulo de melhor técnico de polo aquático da história. E, mesmo assim, não estava preparado para o que o público brasileiro tem feito nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

“Uma das razões para aceitar o projeto de treinar a seleção brasileira é que nunca comandei uma equipe que organiza as Olimpíadas. Mas preciso confessar que não esperava que tipo de torcida. O que tenho visto aqui é espetacular. Espetacular. Eles ajudam os jogadores, dão uma confiança enorme. Eu vou lembrar desses momentos aqui por toda a minha vida”, diz o croata de 68 anos.

Na quarta-feira (10), ele dirigiu sua terceira partida olímpica à frente do Brasil. Foi a maior vitória verde-amarela na história da modalidade. A equipe de Rudic fez 6 a 5 na Sérvia, a “campeã mundial, campeã europeia, campeã da Liga Mundial, campeã de tudo”, como diz o treinador. A torcida transformou o Parque Aquático Maria Lenk em um caldeirão, gritando a cada ataque brasileiro e vaiando cada lance sérvio.

“Eu nunca joguei em uma piscina assim. Não esperava nada igual. E olha que eu já joguei na Hungria, que tem uma torcida sinistra. Aqui, parece que começa 5 a 0 para você. E você não quer que o jogo acabe nunca”, conta Adrià Delgado, que começou a carreira na Espanha. “Sinistro, sinistro. Só posso agradecer e pedir que continue assim”.

Apesar da felicidade pelo resultado, a seleção brasileira fez questão de dizer que a comemoração acaba rápido. “Hoje, conseguimos a classificação. Foi uma grande vitória, mas queremos o primeiro lugar. E para isso precisamos vencer a Grécia”, avisou Delgado, lembrando da próxima partida, na sexta-feira. “Ganhar de um time assim é um grande resultado. Mas não podemos ficar em um estado eufórico. Precisamos esquecer rapidamente disso e começar a nos preparar para a próxima partida”, completou Rudic.