Tênis

Em dia épico, Nadal vence dois jogos, desiste do terceiro, chora e reclama

 Clive Brunskill/Getty Images
Rafael Nadal celebra ponto contra Gilles Simon imagem: Clive Brunskill/Getty Images

Maurício Stycer

Do UOL, no Rio de Janeiro

O torneio de tênis olímpico só termina no domingo, mas dificilmente alguém sairá da Rio-2016 maior do que Rafael Nadal. Nesta quinta-feira (11), o espanhol viveu momentos épicos em quadra – e chorou.

Sem estar 100%, devido a uma lesão no punho esquerdo, Nadal foi inscrito para disputar os torneios de simples, duplas e duplas mistas. Numa situação possível de ocorrer, estava escalado para disputar três partidas nesta quinta – e não reclamou.

Às 11h, o espanhol entrou na quadra central para enfrentar o francês Gilles Simon. Não foi um jogo difícil, mas custou 122 minutos para Nadal superar o rival por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 e 6/3. Empolgado com a classificação para as quartas, voltou a fazer embaixada com uma bolinha de tênis antes de despachá-la em direção ao público, que o ovacionou.

Aos jornalistas, disse: “Estou feliz por ter chegado às quartas, mas o jogo mais importante ainda vai ocorrer”. Referia-se à semifinal de duplas, em parceria com o amigo Marc López.

Por volta das 16h, Nadal chegou à quadra 3 – um espaço acanhado para uma partida desta importância. Foram mais 121 minutos de batalha em campo, com vitória por 2 a 0 com parciais de 7-6 e 7-6.

Classificados para a final, com a medalha de prata assegurada, Nadal e López se sentaram nas cadeiras destinadas aos atletas e olharam para o público, em delírio. A câmera focou o número 5 do mundo e ele parece que ele estava chorando.

No seu segundo encontro do dia com os jornalistas, Nadal explicou em inglês: “Foi muito emocionante. É um momento especial já ter a prata. Estou muito feliz. Estava jogando muito bem este ano, até me contundir. Você não pode imaginar como fiquei triste. Então, chegar aqui e competir nos Jogos Olímpicos...” O repórter do UOL quis confirmar a impressão que teve. “Você chorou?” “Chorei um pouco”, respondeu o tenista.

Em espanhol, Nadal repetiu estas palavras, mas acrescentou: “Perdi torneios muito importantes por causa da lesão. Copa Davis, Wimbledon...” Observou que, para evitar jogar três partidas em um mesmo dia, o ideal seria que o torneio olímpico tivesse duração de 12 dias, e não apenas sete. “E dá para fazer. Há opções”.

Questionado sobre o clima na quadra 3, Nadal foi duro, como é o seu hábito: “Nunca havia jogado uma partida tão importante em uma quadra tão ruim”. E, por fim, disse que iria conversar com a técnica da equipe e seu médico sobre a possibilidade de jogar a terceira partida do dia.

Uma hora depois, por volta das 19h, foi anunciada a sua desistência de participar das duplas mistas. O tenista entendeu que deveria guardar energias para os dois desafios desta sexta-feira. Primeiro, às 13h, um confronto com o brasileiro Thomaz Bellucci, na quadra central, pelas quartas de simples. E, algumas horas depois, na mesma quadra, a final das duplas, contra os romenos Mergea e Tecau.

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