Nadador fica em 61º, mas espera aeroporto lotado quando voltar para casa

Guilherme Costa
Do UOL, no Rio de Janeiro

Não é preciso ser campeão olímpico para usufruir da popularidade proporcionada pelos Jogos. Pelo menos essa é a expectativa do nadador Nikolas Sylvester, 16, que representou São Vicente nos 50 m livre da Rio-2016. O atleta ficou na 61ª posição da eliminatória da prova, que foi disputada nesta quinta-feira (11), mas conseguiu vencer sua bateria. E depois desse triunfo, espera curtir um período de fama em seu país natal.

“Acho que vai me ajudar com patrocinadores, festas, pessoas. Não sei o que pode acontecer, mas espero ser surpreendido quando voltar para casa. Acho que muita gente vai me receber no aeroporto e me dar parabéns”, disse o nadador.

Sylvester já praticava natação, mas só resolveu levar o esporte a sério em 2012, depois de ter visto na TV os Jogos Olímpicos de Londres. Resolveu treinar para representar o país no Rio de Janeiro, e para isso teve de aceitar uma boa dose de sacrifício. Como ainda está na escola, precisa acordar às 5h para treinar em uma piscina de 25 metros – não há um tanque com 50 metros à disposição em São Vicente.

“Eu me sinto incrível, para ser honesto. No meu país é muito difícil ser um nadador. Não temos uma piscina de 50 metros ou uma piscina com raias. Eu ainda consegui ganhar minha bateria. Foi para o meu país”, comemorou Sylvester.

A delegação de São Vicente na Rio-2016 tem apenas quatro atletas. Sylvester viajou ao Rio apenas com o técnico – os pais ficaram no país natal: “Acho que isso vai mudar minha vida. Nós somos uma ilha dentro do Caribe, e o que eu fiz hoje [quinta-feira] colocou o país no mapa”.

O primeiro efeito que o nadador espera ter em decorrência da participação no Rio de Janeiro é a popularidade. O segundo é uma ajuda maior do governo. “Espero que eles  se sensibilizem e que construam uma piscina de 50 metros”, pediu.

Se tiver um tanque maior, a expectativa de Sylvester é ter um salto considerável em seu desempenho durante os próximos anos. “Aqui foi só o ponto de partida. Foi meu ponto de partida. Em Tóquio-2020 eu quero fazer pelo menos as semifinais. Talvez até as finais. Tenho muito para atingir, ainda”, finalizou.