Olimpíadas 2016

Atualizada em 10.08.2016 21h50

Parte da segurança da Rio-2016, equipe da Força Nacional é atacada a tiros

Divulgação
Carro da Força Nacional foi atacado a tiros por traficantes imagem: Divulgação

Ana Cora Lima e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio de Janeiro

Uma equipe da Força Nacional de Segurança foi atacada a tiros na avenida Brasil, nesta quarta-feira (10), nos arredores da favela Vila do João, no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. Um soldado identificado como Hélio Andrade foi baleado na cabeça e levado para o hospital Salgado Filho, na capital fluminense, onde passa por cirurgia.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, esteve na unidade de saúde e negou informações de que o paciente não teria resistido aos ferimentos. "O soldado Hélio teve um ferimento grave. Diferentemente do que vem sendo noticiado e isso é importante, por isso resolvi falar antes da reunião no CICC: ele não faleceu. Está sendo operado e o neurologista já está há quase duas horas operando e fazendo a transfusão de sangue necessária. Nós acreditamos e temos fé que ele vai sobreviver", afirmou ele, em referência a um encontro que ocorrerá ainda nesta noite no Centro Integrado de Comando e Controle, na região central do Rio.

Outros dois policiais estavam no automóvel. O capitão Alen Marcos Rodrigues Ferreira foi atingido de raspão e, segundo um oficial da Força Nacional no Rio, está fora de risco. O soldado Rafael Pereira teve ferimentos no rosto, sem consequências mais graves.

"Queria tranquilizar a família do capitão Alen e do soldado Rafael, dois dos três que estavam na viatura. Um deles, o capitão Alen, teve leves ferimentos. Já está no hospital do Galeão e será liberado rapidamente. O soldado Rafael não teve ferimentos", declarou o ministro.

Os homens da Força Nacional estão no Rio por causa da megaoperação de segurança realizada em virtude dos Jogos Olímpicos. De acordo com as informações preliminares, no momento do ataque, eles se deslocavam da zona norte carioca em direção ao centro da cidade.

Moraes afirmou que os policiais acabaram se aproximando da favela porque erraram o caminho. "É um lamentável e covarde ataque à Força Nacional, que acabou errando o caminho, se desviando de um caminho."

O ministro também disse que dois suspeitos foram identificados até o momento. O governo federal mobilizou todas as forças de inteligência, em cooperação com a Secretaria de Segurança do Rio, polícias Federal, Civil e Militar, além da PRF (Polícia Rodoviária Federal), para que os fatos sejam analisados e os criminosos, identificados.

Em nota, a Polícia Civil informou que peritos da Divisão de Homicídios da Capital foram enviados para o local e estão com as diligências em andamento. A Associação Nacional de Praças (ANASPRA)  se pronunciou oficialmente sobre a ocorrência.

A Associação Nacional de Praças (ANASPRA) torna público seu repúdio ao ataque aos policias militares na tarde desta quarta-feira (10/08) no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, durante ação ostensiva da Força Nacional de Segurança Pública.

Desde o início, a participação dos policiais e bombeiros militares está custando muito em termos físicos e psicológicos, tendo em vista a forma desorganizada que foi feito o planejamento em segurança nesse evento. Além das péssimas condições de trabalho, com atrasos de pagamento e não cumprimento da promessa de aumento do valor das diárias, a participação dos agentes nos Jogos Olímpicos está custando também, agora, a segurança e a saúde desses agentes. Situação essa que só foi, minimamente, melhorada após interferência da Anaspra.

Entre as situações que têm gerado insegurança citamos:

1- Os ônibus com o efetivo estão circulando pelas ruas do Rio de Janeiro sem escolta.
2- Os policias estão se deslocando desarmados por causa de orientação das autoridades.
3- Rondas estão sendo realizada sem apoio de outras viaturas.

A Direção da Anaspra informa que vai procurar o Ministério da Justiça, através do ministro Alexandre de Moraes, as autoridades do Comitê Olímpico e o Governo do Estado do Rio de Janeiro para denunciar a situação de insegurança dos profissionais e cobrar soluções.

Os Governos Federal e Estadual e o Comando devem dar uma resposta à altura da audácia dos bandidos, caso contrário novos casos de ataques contra as forças de segurança se repetirão.

A Anaspra convoca ainda todos os policiais e bombeiros militares, em serviço no Rio de Janeiro, a cobrar providências junto ao Comando da Força Nacional, bem como se coloca a disposição para intermediar as conversas.

Se for preciso, a Anaspra vai solicitar uma audiência com o presidente interino Michel Temer para buscar respostas aos anseios dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, bem como convocar a imprensa nacional e internacional para denunciar a situação dos agentes da Força Nacional.

Cabo Elisandro Lotin de Souza
Presidente da Associação Nacional de Praças - ANASPRA
Diretor de Relações Pública da Associação de Praças de Santa Catarina - APRASC
Membro do - Conselho Nacional de Segurança Pública - CONAS

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