Infraestrutura

Atualizada em 13.08.2016 18h50

Rio-2016 admite erro em tratamento da água e atletas se incomodam com cloro

Antonio Bronic/Reuters
Piscina do Parque Aquático Maria Lenk ficou verde desde a última terça (9) imagem: Antonio Bronic/Reuters

Fábio Aleixo, Roberto Oliveira, Rodrigo Mattos e Vinicius Konschiski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Comitê Organizador da Rio-2016 admitiu erro no tratamento da água do Parque Aquático Maria Lenk, no Parque Olímpico. A água da piscina de saltos ornamentais apareceu verde nas provas desta terça-feira (9). Nesta quarta-feira, a de polo aquático também estava com a mesma cor. A Federação Internacional de Natação informou que produtos químicos do reservatório de água vazaram para a piscina, o que alterou o pH e a cor da água. 

No primeiro jogo do torneio de polo, entre Croácia x Grécia, a concentração de cloro na piscina foi sentida pelos atletas. "Eles colocaram um pouco mais de cloro. Isso é um problema para  os olhos porque irrita um pouco. Mas depois de um tempo a gente se acostuma. Já joguei em piscina assim (verde) na China. Não é normal, mas não muda muita coisa", afirmou Konstantinos Genidounias, jogador de polo aquático da Grécia.

A Fina emitiu um comunicado explicando que produtos químicos vazaram dos tanques de água, alterando o pH e a cor. "A Fina pode confirmar que a cor incomum da água observado durante as competições de saltos ornamentais na Rio-2016 se deu porque alguns produtos químicos dos reservatórios de água utilizados no processo de tratamento de água vazaram para a piscina. Como resultado, o pH da água estava fora do valor habitual, fazendo com que houvesse a descoloração".

Segundo o comitê, em coletiva na manhã desta quarta, a composição química da água causou o esverdeamento. Nada a preocupar, segundo os organizadores dos Jogos. A Federação Internacional de Natação ainda diz ter feito testes na piscina. 

"Não é um grande problema (a água verde). Mas como colocaram mais cloro o olho fica mais irritado. Mas é para nosso bem, para matar qualquer substância que esteja na água. Não está de todo mal. Já joguei em condições piores", acrescentou Angelos Vlachopoulos, também jogador da Grécia.

A Fina descarta que a coloração seja prejudicial às competições. "O Comitê de Medicina de Desporto Fina realizou testes sobre a qualidade da água e concluiu que não havia nenhum risco para a saúde e segurança dos atletas, e não há razão para a competição ser afetada", explica a entidade.

De acordo com Dante Mariano, mestre em ecologia consultado pela reportagem, o aumento do nível de nutrientes da água implica a proliferação de algas, que aumentam o pH da água à medida que se proliferam.

Segundo ele, o objetivo de jogar cloro na piscina é justamente impedir o aumento de nutrientes na água e, portanto, a proliferação das algas, diminuindo assim o nível de pH. Embora não signifique risco à saúde dos atletas, o aumento de nível de cloro pode ocasionar pequenos problemas na pele e nas vias respiratórias.

"Acredito que nos próximos dias estará melhor. Só incomodou mesmo por causa do cloro no olho. Mas nada para reclamar muito e que atrapalhe", afirmou Alex Roelse, jogador de polo aquático dos EUA. 

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