Infraestrutura

Medalhistas do salto ornamental elogiam água verde: "Mais fácil de ver"

Al Bello/Getty Images
Jack Laugher e Chris Mears em ação no saltos ornamentais na plataforma de 3m imagem: Al Bello/Getty Images

Bruno Doro

Do UOL, no Rio de Janeiro

Na última terça-feira (9), a água da piscina de saltos ornamentais do Parque Aquático Maria Lenk ficou verde. Um dia depois, o Comitê Organizador da Rio-2016 admitiu erro no tratamento da água, mas, na opinião dos medalhistas no trampolim de 3 metros, a mudança de tonalidade até ajudou: melhorou a visibilidade. 

“Sobre a água verde, falaram que era seguro, então não teve nenhum temor. E nós aproveitamos. Acho que eles não pretendiam isso, mas a cor da água ajudou a visualizar melhor o que fazíamos. Acho que foi bom para nós”, afirmou o inglês Jack Laugher, medalhista de ouro com o parceiro Chris Mears.

O americano Sam Dorman concorda. Ele e o parceiro Mike Hixon conquistaram a medalha de prata no trampolim de 3 metros. “A água estava mais fácil de ver. E para nós estava tudo bem. Sabíamos que era seguro e não estávamos focados nisso”, explicou.

Os brasileiros Ian Mattos e Luiz Outerelo, que terminaram em oitavo lugar, também não ligaram para os problemas do local de competição. "A água está verde. E só. E está molhada e quente, o que é uma coisa boa. Se tivesse fria poderia ser um problema", diz Ian.

Questionado sobre riscos de saúde, ele foi mais enfático: "Eu cresci em Belém. Todo dia chove. E todo dia que chovia, minha rua alagava. Cansei de andar na lama indo para o treino, voltando do treino. Se aquele monte de bactéria em que eu vivia não me fez nada, não é cloro que vai me machucar. No máximo vai deixar minha pele seca".

Outerelo disse que o incômodo era só de quem estava fora da piscina. "Como saltos ornamentais é um esporte plástico, a beleza conta muito. Mas o fato água estar verde interferiu mais para quem está vendo, para internautas, quem está vendo pela TV ou da arquibancada, do que para os próprios atletas. Se o foco estiver no salto, a água não atrapalha. Fica feio para quem assiste, mas não influencia para os atletas", explicou.

Ian aproveitou para fazer uma defesa das críticas que estão sendo feitas aos Jogos Olímpicos usando a água como exemplo. "A gente tem que rever o padrão de estética. O que é bonito para você pode não ser para mim. Por isso, se o fotógrafo acha a água verde feia para uma final olímpica, não foca a água. Foca o salto", falou.

"A gente tem que focar sempre o lado positivo. Se focar o lado negativo o resultado não vem. Olha o tanto que a gente está conseguindo fazer em um momento tão complicado politicamente do país. Estamos fazendo muito mais do que as pessoas falaram que seria possível. Todo mundo falou que ia ser uma m... e não está sendo".

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