Vôlei de praia

Mulher de Larissa celebra Jogos da diversidade: 'Mundo está se libertando'

Paulo Frank/CBV
Lili Maestrini, do vôlei de praia, é casada com Larissa, bronze na modalidade em Londres-2012 imagem: Paulo Frank/CBV

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

Na noite da última segunda (8), a voluntária Marjorie Enya roubou a cena no estádio de rúgbi de Deodoro ao pedir a atleta da seleção brasileira Isadora Cerullo em casamento após um jogo no local. A imagem chamou a atenção. O pedido foi inédito e surpreendeu os presentes. O que não chega mais a causar espanto é o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Em tempos de intolerância pelo mundo, a decisão das duas em expor o relacionamento foi levado com naturalidade pelos presentes nos Jogos Olímpicos Rio-2016.

E isso agrada muito uma esportista que, já há algum tempo, não esconde em nada suas escolhas na vida pessoal. Casada com a favorita à medalha de ouro no vôlei de praia Larissa, a também atleta Lili Maestrini celebrou a diversidade cada vez mais em alta nesta Olimpíada.

"São os Jogos da diversidade, sim. As pessoas estão aceitando cada vez melhor o amor. E isso é maravilhoso. Entendem que você pode amar outra pessoa, seja ela mulher ou homem. A gente precisa se aceitar mais. Espero que todas essas pessoas que colocam isso para fora tenham esse mesmo carinho, esse mesmo amor. O mundo está se libertando. E espero que todas essas pessoas tenham carinho e apoio", comentou.

Alessandro Bianchi/Reuters
Jogadora da seleção brasileira de rúgbi, Isadora Cerullo foi pedida pela namorada em casamento na Rio-2016 imagem: Alessandro Bianchi/Reuters

Lili descartou levantar bandeira ou campanha a favor de qualquer orientação sexual. "Não queremos rótulos. Não quero falar que o mundo é gay, homossexual, hétero. Não precisa gritar mais alto por nada. Cada um na sua. Só temos que defender o amor. Queremos a diversidade bem aceita", disse, após mais uma vitória da amada Larissa, na arena de Copacabana.

"Estou vendo isso aqui na Olimpíada. Estamos mostrando que o mundo pode ser melhor. Temos muito o que celebrar diante deste cenário. No vôlei, nunca sofri preconceito. De verdade. E é bom ver isso caminhando para outras modalidades. Os Jogos servem para isso, cumpre um papel bem bacana", completou.

Tensa com a caminhada de Larissa na busca pela medalha de ouro, Lili acredita que a vitória de alguém com a opção de viver com pessoas do mesmo sexo seria ainda mais especial.

"Acho que seria uma medalha simbólica. As pessoas podem até enxergar isso. Fico feliz em saber que veem a nossa história de uma maneira tão bela. A vitória não seria apenas no esporte", avaliou.

Ainda que de maneira breve, a favorita ao pódio nas areias de Copacabana deixou um pouco a análise de mais uma vitória de lado para endossar o discurso da companheira sobre a diversidade na competição. "Os Jogos Olímpicos existem também para propagar valores bons. Amor e respeito estão nessa. Fico muito feliz mesmo", disse Larissa.

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