Vídeos

Deodoro se torna point de reis, princesas e chefes de Estado na Rio-2016

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

Por mais discretos que tentassem ser, Gian Nicola Berti e Massimo Andrea Ugolini não passaram despercebidos pelo Centro Nacional de Tiro Esportivo, em Deodoro, no último domingo, 7. Havia poucos torcedores nas arquibancadas assistindo às provas de fossa olímpica. Quando acomodaram-se nas arquibancadas temporárias da arena que sedia a modalidade, quatro agentes de segurança da Polícia Federal se fizeram notar ao lado deles.

Berti e Ugolini são os Capitães Regentes de San Marino, uma rica e pequena república na região central da Itália, que trouxe apenas cinco atletas para os Jogos do Rio-2016. Três dos quais são do tiro esportivo. Todos, no entanto, passaram longe do pódio.

Os capitães de San Marino, cargo equivalente ao de presidente, são apenas alguns dos chefes de estado que visitaram a porção mais esquecida do público e, principalmente, das autoridades brasileiras nesta edição dos Jogos Olímpicos: as arenas de Deodoro.

Longe dos cartões postais e da circulação de turistas, esportes com baixa popularidade no Brasil dividem espaço neste pedaço da Zona Oeste do Rio. Pode ser só coincidência, mas as arenas de modalidades sem apelo no país serão disputadas em estrutura temporárias erguidas em um bairro militar "ilhado".

Mas também é lá que o mais novo rei da Bélgica, Philippe Léopold Louis Marie, esteve por duas vezes na semana que passou para assistir a jogos de hóquei da seleção de seu país. Ele foi alçado ao trono belga em julho de 2013, e o sétimo monarca em apenas 180 anos de história da nação. Phillipe é um apaixonado por esporte, e hóquei costuma ser um de seus passatempo com os quatro filhos, ainda em idade de pré-adolescência. Uma das partidas a que assistiu foi  a acachapante vitória da seleção de seu país sobre o Brasil por 12 a 0, pela segunda rodada do torneio olímpico de hóquei na grama masculino. O jogo, no domingo, dia 7, também foi acompanhado in loco por Jacques Rogge, ex-presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), que também é belga.

A princesa Mary, da Dinamarca, foi vista nos primeiros dias de competição na arena de hipismo, em Deodoro. Australiana de nascimento, casada com o princípe Frederik da Dinamarca, ela visitou os estábulos dos cavalos olímpicos. Posou para fotos com os animais da delegação dinamarquesa e fez até piada. “Desde que não compita contra a Austrália, quero que a Dinamarca vença”, afirmou Mary à imprensa inglesa.

As famílias reais da Inglaterra e de Mônaco também compareceram ao Rio de Janeiro para acompanhar a cerimônia de abertura, realizada na última sexta-feira (05), no Maracanã. 

O príncipe Haakon, da Noruega, é esperado para o último final de semana, quando poderá acompanhar as finais da prova de saltos do hipismo.
No primeiro dia de competição, sábado, 6, o estande de tiro, mesmo visitado pelos Capitães Regenes de San Marino, recebeu a vice-premiê chinesa Liu Yandong. Ela foi acompanhada de Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional). Muita segurança a cercava, e um batalhão de fotógrafos deu as costas ao palco central, onde oito atletas disputariam a final do tiro esportivo, e passou a disparar o obturador de suas câmeras em direção a Yandong. Havia duas atletas do tiro da China disputando medalhas.

Os fotógrafos saudavam a vice-premiê, como quem pede licença para fotografá-la, e em seguida, curvavam-se, agradecendo pela oportunidade de fotografá-la. Era a primeira disputa de medalhas desta edição dos Jogos Olímpicos. Desafortunadamente, Yandong viu suas duas atiradoras, uma das quais campeã olímpica em Londres-2012, perderem o ouro para uma novata dos Estados Unidos, de apenas 19 anos.

Enquanto chefes de estados frequentam Deodoro, autoridades brasileiras ainda não foram vistas nas arenas da Zona Oeste.

Topo