Brasileiro depende de marca inédita para brigar por medalha na natação
Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
Não é apenas por ter passado com o oitavo tempo das semifinais que o brasileiro Marcelo Chierighini, 25, é um dos menos cotados às medalhas dos 100 m livre da natação na Rio-2016 – a prova final da distância será disputada na noite desta quarta-feira (10). Entre ele e o pódio dos Jogos Olímpicos está a necessidade de uma marca que o atleta jamais alcançou na carreira: cumprir o percurso em menos de 48 segundos.
O melhor desempenho de Chierighini na vida foi registrado em 2013, quando o atleta nadou os 100 m em 48s11. Na Rio-2016, fez a prova em 48s53 na eliminatória e 48s23 na semifinal.
Em 2016, todos os dez melhores tempos do planeta nos 100 m livre foram abaixo da casa de 48 segundos. Entre os oito finalistas da prova na Rio-2016, cinco nadaram na casa dos 47 segundos.
“Sempre achei que para medalha seria necessário um 47s8 ou um 47s7”, admitiu Chierighini na última terça-feira (09), depois da semifinal dos 100 m livre no Estádio Aquático Olímpico. Nathan Adrian avançou à decisão com o melhor tempo das eliminatórias (47s83), terceiro melhor do planeta na temporada.
A vantagem do brasileiro nessa luta por um tempo inédito é que ele retomou o caminho da evolução constante. Chierighini baixou seu tempo nos 100 m livre ano após ano, de 2009 até 2013, até encontrar uma fase negativa.
“Não sei bem dizer o que aconteceu. Os resultados pararam de sair, e isso foi me jogando para baixo. Foi um ciclo de falta de confiança, e isso refletiu no meu nado”, contou o brasileiro sobre a temporada 2014.
Depois de um ano conturbado nas piscinas, Chierighini retomou o caminho de evolução. Voltou a nadar na casa de 48s2 no ano passado e se consolidou como principal nome do país nos 100 m livre. Na Rio-2016, foi um dos raros representantes nacionais com evolução entre a sessão da tarde e as provas noturnas.