Relatos das provas

Carmelo bate recorde e salva Dream Team de primeira derrota em 10 anos

Fábio Aleixo e Mauricio Stycer

do UOL, no Rio de Janeiro

Enganou-se quem pensava que a partida desta quarta-feira seria mais um passeio dos Estados Unidos. Muito pelo contrário. Foi um dos jogos mais difíceis da equipe nos últimos dez anos. Na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, a Austrália deu trabalho aos norte-americanos – venceu o primeiro tempo -, mas não conseguiu manter o ritmo até o final e virou mais uma vítima do Dream Team na Rio-2016. A vitória, por 98 a 88, foi a terceira dos EUA na competição, e o primeiro revés dos australianos.

A estrela da partida foi Carmelo Anthony, que virou o maior cestinha da história da seleção em Olimpíadas, e salvou os EUA do que poderia ser a primeira derrota nos últimos 10 anos. O último tropeço do Dream Team aconteceu no Mundial de 2006, quando perdeu a semifinal para a Grécia e terminou a competição apenas com a medalha de bronze.

"Foi uma grande partida. Estou feliz por ter conseguido ter feito um jogo como esse. Não existem palavras para dizer tudo que consegui aqui", disse Carmelo em entrevista ao Sportv. Sobre uma possível medalha de ouro, o jogador esbanjou confiança. "Sim, estamos prontos. Hoje foi um grande teste para nós. Temos que estar preparados para jogos assim", completou.

Carmelo Anthony supera LeBron James

Phil Walter/Getty Images
Carmelo Anthony acertou nove bolas de três pontos nesta quarta-feira imagem: Phil Walter/Getty Images

Carmelo Anthony se tornou o maior cestinha da história da seleção norte-americana de basquete em Jogos Olímpicos. Com os 31 pontos anotados contra a Austrália - maior pontuador do jogo -, ele chegou a 293 pontos, 20 a mais que LeBron James, que não veio ao Rio de Janeiro. Essa é a quarta Olimpíada do ala do New York Knicks, que ficou com o bronze em Atenas-2004 e conquistou a medalha de ouro em Pequim-2008 e Londres-2012.

Estados Unidos perde primeiro quarto (e tempo) na Rio-2016

Phil Walter/Getty Images
Austrália deu trabalho aos EUA no primeiro tempo imagem: Phil Walter/Getty Images

Depois de empatar o primeiro quarto da partida por 29 a 29, a Austrália apertou o ritmo no segundo quarto e conseguiu impor a primeira derrota norte-americana em um quarto nos Jogos Olímpicos, com um placar de 25 a 20. Mais do que isso, o bom desempenho fez os australianos terminarem vencendo o primeiro tempo por 54 a 49.

A vitória australiana no primeiro tempo é justificada pelos ótimos números obtidos. A equipe da Oceania teve aproveitamento de 70% nos arremessos de quadra, contra apenas 25% dos rivais, e 63% nas bolas de três, contra 48% dos norte-americanos. Nos rebotes, outro massacre: foram 16 defensivos contra apenas sete dos EUA.

Rendimento australiano cai, e EUA viram jogo

Elsa/Getty Images
DeAndre Jordan em ação pelos Estados Unidos imagem: Elsa/Getty Images

Antes com 70% de aproveitamento, a Austrália viu seu rendimento cair no terceiro quarto. E contra os Estados Unidos, não se pode vacilar. Em menos de dois minutos, os norte-americanos fizeram 7 a 0, viraram o jogo e administraram a vantagem até o fim da parcial, vencendo por 70 a 67.

No último quarto, a Austrália voltou a encostar no placar, mas Carmelo Anthony, inspirado, guardou bolas importantes de três para salvar os Estados Unidos e garantir a terceira vitória norte-americana do Dream Team nos Jogos Olímpicos do Rio.

Invencibilidade olímpica de 12 anos

Os Estados Unidos não sabem o que é perder em Jogos Olímpicos há 12 anos. Com duas campanhas perfeitas em Pequim-2008 e Londres-2012, a última derrota aconteceu em agosto de 2004, quando, em Atenas, foram derrotados pela Argentina na semifinal da competição. Vale lembrar que naquele ano, que, apesar de ter os jovens LeBron James, Carmelo Anthony e Dwyane Wade, os EUA foram com uma equipe considerada mista, os norte-americanos também tiveram dois tropeços na fase de grupos, para Porto Rico e Lituânia.

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