Argentina não tinha energia e água na infância. Agora realiza sonho no Rio

Leandro Carneiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
Reprodução/Instagram
Mimi Sosa é titular da seleção argentina de vôlei

Emilce Sosa, ou melhor Mimi, tem 28 anos e está realizando um sonho. Disputar os Jogos Olímpicos com a seleção argentina de vôlei. Isso poderia ser impensável na infância da central. Afinal, a jogadora não tinha nem energia elétrica em sua casa, ou melhor, em sua aldeia na época.

“A gente morava numa tribo indígena, meus pais são índios, tinha 8 anos e morei lá até os 13. Não tinha luz elétrica, não tinha água. A gente só fazia esporte, só jogava futebol, brincava com as meninas fora de casa, mas foi uma bela infância”, disse Mimi ao UOL Esporte.

O sonho da jogadora era poder estar em uma edição dos Jogos Olímpicos. A realização fica ainda maior quando ela tem a possibilidade de jogar contra bicampeãs olímpicas, sem se importar muito para a derrota por 3 a 0 para o Brasil

“Eu estou cumprindo meu sonho. A coisa mais linda que já senti na minha vida. A Argentina nunca jogou Olimpíadas e jogar com essas jogadoras, enfrentar essas jogadoras, que eu estou torcendo para que consigam a terceira medalha de ouro, é muito lindo”, afirmou.

O sonho de disputar uma Olimpíada quase não foi atrapalhado por outra modalidade. Antes de mostrar seu talento na quadra, Mimi era jogadora de futebol.

“Meu pai é jogador de futebol, não foi profissional e sempre jogou. Eu também jogava. Joguei oito anos, fui a uma equipe de primeira divisão com 16 anos, minha mãe não gostou do futebol e então troquei pelo vôlei. Mas acho que foi uma decisão acertada”, completou.

Mimi chegou a vestir a camisa do Belgrano, clube da elite do futebol argentino. A equipe é da cidade de Córdoba, local em que a jogadora cresceu.