Tênis

Rogerinho perde para Monfils e está fora da Olimpíada

Kevin Lamarqu/Reuters
Gael Monfils encara o brasileiro Rogerio Dutra imagem: Kevin Lamarqu/Reuters

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio de Janeiro

O brasileiro Rogério Dutra Silva encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro nesta segunda-feira. O tenista paulista, número 95 no ranking da ATP, caiu na segunda rodada para o francês Gael Monfils, o 11º do mundo, por 2 sets a 0, com parciais de 6/2 e 6/4. 

"Participar da Olimpíada, ganhar uma partida aqui, foi o momento mais importante da minha vida. Já participei de Copa Davis, mas não se compara com o clima aqui. Ouvir a torcida gritar 'eu acredito' para mim foi demais", disse o brasileiro.

Fora de seu piso preferido, o saibro, Rogerinho não suportou o nível de jogo de Monfils na quadra dura do Parque Olímpico e foi dominado. O brasileiro tentou reagir no fim do set inicial, mas desperdiçou uma boa chance para quebrar o serviço do adversário no oitavo game. 
 
Rogerinho teve o público a seu favor no início do duelo. No entanto, a atuação sólida de Monfils desanimou os torcedores brasileiros, que passaram a acompanhar pelo celular a luta da judoca Rafaela Silva pelo ouro. 
 
O francês quebrou o serviço de Rogerinho no início do segundo set e administrou a vantagem até o fim da partida. Os brasileiros tentaram empurrar o tenista local com gritos de "eu acredito!" nas arquibancadas, mas o apoio não foi suficiente para conduzi-lo à virada. 
 
Na terceira rodada, Monfils enfrenta o croata Marin Cilic, campeão do Aberto dos Estados Unidos em 2014, que bateu o macedônio Radu Albot. 
 

Do desânimo ao sonho olímpico

Um ano antes de representar o Brasil em uma Olimpíada, Rogerinho chegou a cogitar a aposentadoria. Uma lesão no joelho direito, aliada às dificuldades financeiras para fazer as viagens pelo circuito, desanimou o tenista, então com 31 anos. Ao fim da vitória contra o italiano Thomas Fabbiano, na primeira rodada dos Jogos, o próprio brasileiro admitiu que se surpreendeu com sua volta por cima nos últimos meses.

"Há um ano, eu era 530 no ranking e não sabia se ia jogar mais tênis. Era mais ou menos isso. Muito bacana isso. Se alguma pessoa me falasse há um ano que eu ia ganhar uma rodada na Olimpíada eu diria que era mentira", revelou.

Rogerinho credita sua recuperação no tênis a dois fatores: o nascimento da filha e o apoio de um patrocinador. Com "a cabeça no lugar", ele voltou a vencer e entrou no grupo dos 100 melhores tenistas do mundo - é o 95º colocado na lista da ATP.

"O nascimento da minha filha (Luiza) ajudou muito. Foi uma época difícil. Lesão (joelho direito), idade, falta de patrocínio, tendo que viajar em condições que a gente não quer. Pensa que vai melhorar um pouco e não acontecia... Mas aí eu consegui um patrocínio legal (Correios), a federação me deu suporte e isso foi muito importante para voltar e colocar a cabeça no lugar", afirmou.

 

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