Relatos das provas

Brasil obtém melhor resultado da história, mas quedas afastam medalha

AP /Julio Cortez
Sasaki teve um bom desempenho nas barras paralelas imagem: AP /Julio Cortez

Fábio Aleixo e Rodrigo Mattos

do UOL, no Rio de Janeiro

A equipe brasileira de ginástica masculina obteve seu melhor resultado na história ao terminar no sexto lugar na final olímpica, mas teve um desempenho pior do que na eliminatória. As chances de medalha sempre foram remotas, mas o Brasil chegou a ficar em quarto boa parte da competição. Um desempenho abaixo do esperado no solo acabou atrapalhando o resultado final.

A medalha de ouro ficou com a equipe do Japão, prata em Londres-2012, que somou 274,094 pontos. Completaram o pódio a Rússia (prata, com 271,453) e China (bronze, com 271,122). O Brasil terminou à frente de Alemanha (7º) e Ucrânia (8ª), com 263,728.

Em Olimpíadas anteriores, o país nunca tinha sequer chegado à decisão. Nas eliminatórias, no entanto, avançou à final com um quinto lugar. 

Nesta segunda-feira o início foi animador, já que o Brasil ficou em terceiro na primeira rotação e se manteve em quarto até o quarto rodízio. Porém, na penúltima série, Sergio Sasaki caiu duas vezes na apresentação de solo e tirou apenas 12,100, o que pesou na pontuação brasileira. Apesar de boa apresentação de Diego Hypolito, a seleção ficou praticamente sem chances de medalha.

"Sabíamos que a chance de uma medalha olímpica era muito baixa. É preciso mais quatro ciclos olímpicos para isso. Leva tempo... Primeiro tivemos a primeira medalha olímpica, depois a primeira final... Ginástica não é de uma hora para outra", disse Arthur Zanetti, que conseguiu uma pontuação nas argolas maior da que ele havia feito nas eliminatórias.

"Fico triste (por cair), mas feliz de ter ajudado a equipe com um bom desempenho em outros aparelhos", lamentou Sasaki.

"Acho que ele (Sasaki) não precisa pedir desculpas de nada. Assim como minha irmã (Daniele) também não precisa. As meninas foram muito bem, e os homens também", tranquilizou Diego Hypólito. "Não ia nem vir para essa Olimpíada, porque disseram que eu ia atrapalhar. Estou aqui e me classifiquei para final por equipe e no solo. Já caí de bunda, já caí de cara... Tenho muito orgulho de tudo que fiz na minha carreira", completou.

Zanetti vai bem nas argolas

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Zanetti representou a equipe brasileira nas argolas imagem: AP /Julio Cortez

Na primeira rotação, a seleção brasileira começou nas argolas, aparelho que conta com o atual campeão olímpico Arthur Zanetti, que fez uma boa apresentação e, apesar do passo a mais na saída, somou 15,566. Sergio Sasaki e Francisco Barretto Junior, que completaram a equipe nessa primeira parte, somaram 14,366 e 14,400, respectivamente. Com esses resultados, o Brasil terminou a rotação 1 na terceira posição, atrás apenas da Rússia e Alemanha.

Sasaki é o melhor brasileiro no salto e paralelas

Dmitri Lovetsky/AP Photo
Sasaki foi o melhor brasileiro na prova do salto imagem: Dmitri Lovetsky/AP Photo

Na segunda rotação, os brasileiros se arriscaram no salto. Nesse aparelho, o melhor brasileiro foi Sasaki, com 15,133, seguido de Arthur Mariano (15,066) e Diego Hypólito (14,833). Depois da apresentação de todas as equipes, o Brasil caiu uma posição no geral e terminou atrás de Rússia, Grã-Bretanha e Alemanha.

Nas barras paralelas, terceira rotação do Brasil, Francisco Barreto e Arthur Nory fizeram a mesma pontuação (14,700), enquanto Sasaki teve, mais uma vez, o melhor desempenho, com 15,113. Com isso, a seleção se manteve na quarta posição, atrás de Rússia, Japão e Grã-Bretanha.

Na quarta rotação, o Brasil teve um bom desempenho na barra fixa com Arthur Mariano (14,933) e Francisco Barreto (15,166). Já Sasaki, apesar de abusar das piruetas e mostrar um alto grau de dificuldade, somou apenas 14,566, o que desagradou a torcida, que mandou uma sonora vaia aos juízes.

Brasil se complica no solo, mas Diego empolga torcida

O Brasil começou a penúltima rotação, no solo, com Sergio Sasaki, que caiu logo em seu primeiro movimento e não conseguiu somar mais que 12,100, nota considerada baixa na ginástica artística. Arthur Nory foi o segundo e, apesar de uma atuação segura, acabou pisando fora após uma das piruetas e teve alguns pontos descontados, terminando com 14,500. Quem empolgou a torcida brasileira foi Diego Hypólito, que fez uma apresentação mais simples do que costuma fazer na competição individual, mas que, mesmo assim, conseguiu somar 15,133. Os torcedores, no entanto, queriam mais.

Cavalo com alças fecha série brasileira

De quarto no lugar geral, o Brasil começou a última rotação, no cavalo com alças, em sexto por conta da atuação irregular no solo. Em uma das provas mais complicadas para a seleção brasileira, Sasaki abriu com 14,633, Nory somou 14,400 e Francisco Barreto fechou a apresentação verde-amarela com outro 14,400.

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