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Com só uma medalha, Brasil se contenta com sucesso de heróis inesperados

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Hugo Calderano, mesa-tenista brasileiro, em ação na Olimpíada do Rio de Janeiro imagem: AFP PHOTO / Jim WATSON

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Brasil começou os Jogos Olímpicos com a esperança de que o judô fosse o carro-chefe na conquista de medalhas. Não rolou e até agora só Felipe Wu, do tiro, conseguiu subir ao pódio. Com a ausência de medalhas, restou ao torcedor vibrar com as vitórias de quem não estava cotado para brilhar e, mesmo assim, se destacaram na Rio-2016.

Guilherme Toldo é um ótimo exemplo disso. O esgrimista gaúcho está na sua segunda participação nos Jogos, tinha um 50º lugar como seu melhor desempenho em Mundiais e era o 25º do ranking mundial. Quando entrou na pista da Arena Carioca 3, no entanto, ele não se intimidou com o japonês Yuki Ota, atual campeão mundial e prata em Londres, e derrotou o favorito.

O desempenho chamou a atenção de quem tinha separado o domingo para ver as competições no Rio. Toldo tinha poucos repórteres à sua espera quando venceu a primeira luta do dia. Depois da segunda, um batalhão de jornalistas esperava uma declaração do atleta, que àquela altura já tinha chamado a atenção do público pela TV e nas redes sociais. “O que aconteceu? Vocês acordaram tarde?”, disse ele à imprensa, em tom de zombaria.

A derrota nas quartas de final não apaga em nada o feito de Toldo, que conseguiu o melhor desempenho do Brasil na esgrima masculina em toda a história dos Jogos. E o que dizer de Thomaz Bellucci e André Sá? Segunda dupla do Brasil, os dois enfrentaram logo de cara Jaime e Andy Murray, cabeças de chave número 2 e favoritos à conquista no Rio. Azarões, os brasileiros transformaram uma derrota quase certa em uma vitória consagradora. Não foi pódio (ainda), mas valeu como se fosse, com Bellucci e Sá deixando a quadra aplaudidos de pé.

Hugo Calderano, do tênis de mesa, pode dizer o mesmo. Embora seja uma revelação do Brasil na modalidade, o garoto de apenas 20 anos ainda tinha pretensões modestas em sua primeira Olimpíadas. Só que, superando as expectativas, venceu o atleta de Hong Kong nas oitavas, levantou o público que compareceu em peso ao Riocentro e transformou-se no brasileiro a ir mais longe nos Jogos, igualando Hugo Hoyama em 1996.

Rosane dos Santos, quinta colocada no levantamento de peso na categoria até 53 kg, e a seleção masculina de handebol, que bateu a Polônia em sua primeira partida no Rio. Depois de dois dias de decepções nos tatames e a natação passando em branco, o brasileiro pôde ao menos comemorar algumas pequenas vitórias de heróis improváveis para não começar a Olimpíada no 0 a 0.  
 

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