Natação

Após ficar sem medalha, nadador brasileiro só quer filho e hambúrguer

Gabriel Bouys/AFP
Felipe França disputa a semifinal dos 100 m peito imagem: Gabriel Bouys/AFP

Guilherme Costa e Karla Torralba

Do UOL, no Rio de Janeiro

Felipe França, 29, foi rápido ao mudar o foco. Instantes depois de ter ficado na sétima posição dos 100 m peito da Rio-2016, o nadador brasileiro evitou lamentar o resultado. Não chorou, não se emocionou ao comentar o que representou a presença em uma final olímpica e se apressou ao estabelecer novas metas: para ele, os próximos objetivos são aumentar a família e comer hambúrgueres.

O desejo mais urgente é o de comida, evidentemente. França é um nadador com carreira marcada por uma briga constante com a balança. Antes de competir na Rio-2016, chegou a dizer que nunca esteve tão forte e tão magro. Agora, a despeito da possibilidade de ser escalado para o revezamento 4x100 m medley, já pensa em dar um tempo na dieta.

É uma experiência que vai ficar para a vida inteira. Uma medalha olímpica, quem não quer? Até vocês, que não são atletas. Mas eu fiz tudo que eu podia e saio muito feliz daqui. Vou para o restaurante comer um hambúrguer”, brincou o nadador brasileiro.

Quanto ao plano familiar, esse é o primeiro objetivo do nadador para o próximo ciclo olímpico: “Vou ter um filho antes. Quero ter gêmeos antes, mas precisa tentar. Em 2018 eu vou tentar. Quero ter um filho antes de pensar em Tóquio-2020. Tenho 29 anos, e se eu for é para fazer história. Não por uma medalha, porque medalhas estão guardadas na gaveta”.

França já esteve em duas edições de Jogos Olímpicos (2008 e 2012). Jamais havia disputado uma final na competição até os 100 m peito deste domingo. Em Londres, quando chegou ao evento como esperança de medalha, terminou a prova na 12ª posição.

“Saio daqui com uma visão diferente. Em Londres eu saí decepcionado e triste, mas daqui eu saio realizado”, avaliou o brasileiro, que cometeu um erro estratégico na decisão deste domingo: França foi muito lento na primeira metade, e isso comprometeu a briga por medalha. “Treinei para a volta e creio que voltei bem, mas não foi suficiente”, lamentou.

Para João Gomes Júnior, crossfit pode esperar

Ao contrário de Felipe França, João Gomes Júnior 30, saiu da piscina neste domingo falando sobre um futuro exclusivamente voltado à natação. Após ter conquistado um quinto lugar na disputa de 100 m peito em sua estreia olímpica, o nadador brasileiro evitou pensar em se afastar da água para cuidar dos negócios que mantém longe do esporte - ele é sócio de uma academia de crossfit.

"Quero tomar conta das minhas outras coisas, mas tenho meus anjos me guiando e me guardando nesses aspectos. Minha família, meu primeiro técnico, que hoje é meu sócio. Todo mundo me ajuda, e se eles deixarem eu vou empurrar essa natação por muito tempo", disse o brasileiro.

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