Wu diz que não conseguiu dormir e avisa: comemoração, só no dia 10
Do UOL, em São pauloResponsável por recolocar o Brasil no pódio olímpico do tiro esportivo após 96 anos, Felipe Wu ainda não conseguiu dormir de tanta felicidade pela conquista. O atirador que ficou com a prata na pistola de ar de 10 m no último sábado (6) pretende comemorar sua medalha só após o fim da competição da modalidade.
"Ontem eu saí do tiro, dei entrevista... Vim aqui para a Vila para comemorar com meus amigos. À noite mal consegui dormir. Quis responder todos os meus amigos que mandaram mensagens, foi bastante gente. Mas não celebrei direito, vou começar a comemorar mesmo a partir do dia 10, que é quando termina de fato minha competição", disse Wu em entrevista coletiva realizada neste domingo (7).
O brasileiro terá nova chance de subir ao pódio na quarta-feira (10), quando disputa a categoria pistola de ar 50m.
A torcida brasileira fez barulho durante toda a final no Centro Olímpico de Tiro. O público foi privilegiado por uma nova regra do esporte, criada em 2014, que permite a livre manifestação dos torcedores no local de prova. Wu admitiu que não sabia o quanto poderia ser útil e motivador o grande apoio.
"Até ontem de manhã achava que torcida não ajudava. Mas foi muito muito legal. Além de passar uma energia muito boa, tenho certeza que atrapalhou muita gente ali. O atleta pode sofrer, mas tem que aprender a lidar com isso. Faz parte, se é permitido, vale tudo. A torcida do pessoal foi muito boa", declarou o atleta.
A última vez que o Brasil subiu no pódio no tiro esportivo foi na Antuérpia-1920, com Guilherme Paraense, no primeiro ouro do país em Jogos Olímpicos, e Afrânio da Costa, bronze na mesma edição. Coincidência ou não, o local onde as provas de tiro esportivo estão sendo realizadas nestes Jogos-2016 chama-se Centro Nacional de Tiro Esportivo Tenente Guilherme Paraense.
"Não tenho palavras para descrever. Estou muito feliz em reescrever a história do tiro olímpico. Tenho certeza que a nossa Confederação olhará com mais cuidados esses atletas. Consegui mostrar que o tiro esportivo tem que ser levado a sério. Tem que ser um esporte profissional e esse é o sacrifício dos nossos dirigentes", comentou Wu.