Sidão revela sentimento de raiva após convocação: "missão já foi cumprida"

Leandro Carneiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
Divulgação/CBV
Sidão com o técnico Bernardinho

O central Sidão foi cortado da seleção brasileira de vôlei masculino há quase dois meses. Agora, na véspera dos Jogos Olímpicos, ele recebeu uma sondagem para voltar para a equipe de Bernardinho, após o treinador cogitar o corte de Maurício Souza, que tem uma lesão na coxa esquerda. E a resposta do jogador, medalha de prata em Londres-2012, foi não.

Em conversa com o UOL Esporte, o atleta contou como foi a conversa com o treinador da seleção brasileira e o motivo que o levou a rejeitar.

“Na verdade sim (conversa foi com Bernardinho), ele me ligou e falou no final do treino, em um papo rápido. E o não saiu espontâneo. Ele perguntou se eu tinha certeza e disse: 'tenho certeza'. Ele falou: ‘tudo bem, torço para você, fica tranquilo’ e ficou por isso mesmo, coisa de questão de segundos", falou Sidão.

“A decisão é de não ir a essa Olimpíada. Estou em outro ritmo, tem todo um trabalho, todo um processo. É uma Olimpíada, não está falando de Regional”, completou.

Sidão ainda se mostrou grato ao técnico Bernardinho por ter dado uma oportunidade para ele na seleção neste ano, mas revelou que acha que foi vítima de uma injustiça.

“Realmente tem mágoa, agradeço o Bernardo que convocou mesmo não estando na Superliga, sou extremamente grato. Mas, a partir do momento que estou ali, e brigando de igual para igual, deveria ter oportunidade. E não tive na Liga Mundial. Você acaba ficando frustrado, então não cabe mais fazer parte deste grupo”, afirmou.

“Sensação não foi de tristeza, foi de raiva, outro motivo porque não posso fazer parte. Aquela ferida cicatrizou e em 20 segundos tudo vem à tona, você acaba pirando, fica com raiva, não quis chorar, nada. Quis quebrar alguma coisa, fiquei indignado, foi o que fiz”, complementou.

Questionado sobre ter acabado sua passagem pela seleção brasileira, Sidão não quis fechar as portas, mas sabe que sua trajetória pode estar perto do fim.

“Tenho 34 anos, não sei o dia de amanhã, hoje não penso mais em defender a seleção, quero me dedicar mais a família, aos clubes. Não posso dizer que não vou mais fazer parte, mas a princípio, minha missão foi cumprida, satisfeito de tudo que fiz. Tem uma frustração, mas acontece.

De acordo com o jogador, ele estuda a possibilidade de vir ao Rio de Janeiro na fase final da Olimpíada para acompanhar os jogos de Dani Lins pela seleção feminina.