Felipe França e João Gomes avançam à semi; Joanna Maranhão é eliminada

Guilherme Costa
Do UOL, no Rio de Janeiro
Michael Sohn/AP
Felipe França terminou bateria dos 100m peito em 1º lugar

O Brasil terá dois representantes entre os 16 semifinalistas dos 100 m peito na natação dos Jogos Rio-2016. Felipe França, 29, fez o terceiro melhor tempo das eliminatórias da prova neste sábado (06) e terá companhia de João Gomes Júnior, 30, que avançou com a oitava marca. Em contrapartida, Joanna Maranhão, 29, foi a 15ª colocada na prova inicial dos 400 m medley e acabou eliminada.

“Foi uma classificatória muito boa. Ainda segurei um pouco no fim, coisa que eu nunca tinha conseguido fazer. Isso me deixou empolgado. O terceiro tempo foi algo bastante legal para agora”, avaliou França, que fez 59s01 e estabeleceu o novo recorde sul-americano. “Fiz a minha prova de hoje [sábado] de manhã. Foi interessante, tenho coisas a melhorar, mas era o que eu precisava para agora”, completou Gomes Júnior, que fechou a disputa em 59s46.

O melhor tempo nas baterias iniciais dos 100 m peito foi registrado pelo britânico Adam Peaty, 21. O nadador completou o percurso em 57s55 e bateu o próprio recorde mundial – ele havia feito 57s92 em 2015.

“Ele deu um recado", avaliou Gomes Júnior. "Foi um tempo bem forte, mas ainda temos duas caídas na água. Ninguém é campeão olímpico ainda”, adicionou. As semifinais dos 100 m peito serão realizadas neste sábado, com início previsto para 22h (de Brasília).

“O tempo dele [Adam Peaty] foi muito bom, mas isso já era esperado. Agora, ainda temos a semifinal e a final. Acho que eu, o João e outros nadadores podemos triscar essa medalha”, afirmou França.

Brasileiras também avançam; Joanna Maranhão é eliminada

Michael Sohn/AP Photo

As nadadoras brasileiras Daynara de Paula, 27, e Daiene Marçal, 27, avançaram às semifinais dos 100 m borboleta. Joanna Maranhão, por outro lado, foi eliminada dos 400 m medley.

Em sua quarta participação olímpica (esteve em Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012), Maranhão nadou a prova em 4m38s88 e, apesar do terceiro lugar em sua bateria, está fora da final. "Estou muito orgulhosa do que eu fiz aqui. É claro que eu queria ser finalista olímpica de novo, mas curti a prova e consegui me divertir com essa atmosfera incrível", disse. 

Daynara marcou 57s92 na disputa dos 100 m borboleta, tempo suficiente para vencer sua bateria. Daiene Marçal fez 58s15. 

"Foi o melhor da minha vida, e eu consegui pegar uma semifinal. Estou muito feliz, gente. Muito!", comemorou Daynara de Paula. A semifinal acontecerá ainda neste sábado, a partir das 22h15. 

Daiene, no fim da competição, falou da alta temperatura no Estádio Aquático, que marcava 33ºC. Para ela, isso é um fator positivo. O mesmo fato, no entanto, foi bastante criticado durante o Troféu Maria Lenk. "Ainda está bem quente na área de competição. É quente, mas eu gosto assim". 

A melhor entre todas as baterias, como esperado, foi a sueca Sarah Sjöström, atual recordista mundial dos 100 m borboleta. O tempo dela na classificatória (56s26), no entanto, ficou abaixo dos 55s64 de sua melhor marca. 

Brandonn Almeida e Luiz Altamir são eliminados

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O nadador brasileiro Brandonn Almeida, de apenas 19 anos, foi eliminado dos 400 m medley masculino na primeira eliminatória da prova. Ele foi o primeiro representante do país a cair na água. Mais tarde, Luiz Altamir também caiu - nos 400 m livre. 

Almeida, medalhista de ouro no Pan-Americano de Toronto, em 2015, marcou 4m17s25, bem acima do seu melhor tempo, 4m14s07. Favorito ao ouro, o japonês Kosuke Hagino nadou para 4m10s. Hagino foi bronze na última edição olímpica, em 2012, atrás apenas do norte-americano Ryan Lochte e do brasileiro Thiago Pereira - ambos não estão na disputa neste ano. Os recordes mundial e olímpico da prova são de Michael Phelps, conseguidos em 2008, com tempo de 4m03s84.

Luiz Altamir, apesar de ter sido o segundo de sua bateria na disputa por vaga nos 400 m livre, com tempo de 3m50s82, também foi eliminado. Ele marcou 3m50s82. A participação, no entanto, encerra jejum do Brasil na prova: o país não tinha representantes nos 400 m livre havia duas edições de Jogos. 

"Não fui bem. Não estou feliz. Estava treinado para nadar abaixo de 3m50s, mas não consegui. Infelizmente, natação é isso. A decisão acontece em centésimos. Eu achei que ia ficar nervoso, mas estava tranquilo quando subi no bloco. Simplesmente não rolou", avaliou Altamir. 

O "xodó" do público e o quase recorde

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Além das participações dos brasileiros, outros dois ocorridos mexeram com o público presente nas arquibancadas do Estádio Aquático. Na primeira, em bateria da classificatória para os 400 m livre, teve o espanhol Miguel Duran Navia como protagonista: ele "queimou a largada" e deixou a piscina chorando, apoiado pela torcida. Já no vestiário, foi avisado de que o erro não havia sido seu, mas uma falha técnica da organização. Foi convidado a retornar ao bloco. 

Navia voltou, sorridente e outra vez aplaudido. Caiu na água, mas decepcionou: foi o última de sua disputa. 

Mais tarde, nos 400 m medley feminino, a húngara Katinka Hosszu nadou contra o recorde mundial da chinesa Ye Shiwen, de 4m28s43. E ficou muito perto de batê-lo, perdeu fôlego na última passagem de 100 m. Ela fechou com 4m28s58. 

Revezamento feminino cai na 1ª eliminatória

A equipe brasileira de revezamento 4x100 m livre feminino ficou de fora da final da prova ao marcar o 11º tempo entre todas as baterias da classificatória. 

Apesar do resultado, Etiene Medeiros comemorou o desempenho: "Estou muito feliz, particularmente. O revezamento veio para fazer seu máximo. A gente ficou a dois segundos do melhor, mas contou um pouco a adrenalina do primeiro dia. Meu coração está realmente acelerado. A gente tem de dar uma equilibrada e uma calma para cair melhor na água".

As australianas, conforme o esperado, dominaram a prova e até quebraram recorde olímpico, com 3min32s39. O anterior também era delas: 3min33s15, e havia sido estabelecido por elas mesmas em Londres-2012.