Fãs esperam até 3 h na fila por comida, desmaiam e sofrem com atendimento
O primeiro dia oficial dos Jogos Olímpicos ficou marcado por diversas reclamações dos fãs que foram ao Parque Olímpico assistir às competições. Com filas que chegaram a 1h30 para conseguir comprar alimentos, alguns torcedores desmaiaram com o forte calor do Rio de Janeiro e tiveram dificuldades para serem atendidos.
O estudante Thales Cardozo, de 18 anos, estava há 40 minutos na fila para pegar uma pizza quando começou a se sentir mal. Ele desmaiou e teve uma grave crise de hipoglicemia do precisou de atendimento médico urgente. O resgate, no entanto, demorou a chegar. Irmão gêmeo de Thales, Igor Cardozo relatou que pediu ajuda, mas uma maca só chegou depois de 15 minutos de espera.
“O que me revoltou foi a demora. Ele desmaiou, eu ainda tentei segurá-lo. Mas ele estava se debatendo, eu não sabia se era uma crise de convulsão ou o que era. E não chegava ninguém para ajudar”, diz ele.
O jovem foi encaminhado ao posto médico e demorou a reagir aos medicamentos. Por isso, ele acabou sendo levado de ambulância para um hospital.
Uma senhora também foi vítima do forte calor no Parque Olímpico e das longas esperas para comprar bebidas e comida. O marido dela Leônidas conta que ela desmaiou e por sorte havia um médico ao lado que ajudou nos primeiros socorros. Sem a estrutura necessária, o atendimento médico chegou tarde e ela acabou sendo levada em uma cadeira de rodas, ao invés de ser em macas.
Com diversos atendimentos, o posto do Parque Olímpico ficou cheio e até um dos responsáveis pelas ambulâncias admitiu que a estrutura não era adequada. Havia poucos carros no local para transportar os pacientes.
Além das longas filas, os torcedores presentes no primeiro dia de competições reclamaram da comida que acabou em algumas lanchonetes e da falta de mesas e espaço para descanso. Muitos torcedores se esconderam do sol em uma marquise que ficou lotada de crianças pequenas e idosos.
Creusa Pinheiro, de 70 anos, ficou sentada no chão por mais de 1h aguardando o filho conseguir comprar uma água. "Eu até queria ver algumas competições, mas não volto de jeito nenhum", diz ela que assistiu às lutas do judô.