Infraestrutura

Atualizada em 06.08.2016 21h27

Após filas no transporte, secretário do Rio admite: 'também fui vítima'

MARCELO SANTS/ESTADÃO CONTEÚDO
Trânsito causado pela faixa olímpica no Rio em 2 de agosto imagem: MARCELO SANTS/ESTADÃO CONTEÚDO

Daniel Lisboa e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O secretário municipal de Governo, Rafael Picciani, afirmou neste sábado (6) que o torcedor olímpico deve reservar pelo menos três horas para seu descolamento para arenas da Rio-2016. Picciani disse na manhã do primeiro grande dia de competições da Olimpíada que o transporte público funcionou bem, apesar de algumas filas. Mesmo assim, segundo ele, é preciso planejar as viagens para evitar transtornos.

“A nossa recomendação é que todos se desloquem com três horas de antecedência”, disse ele. “É importante que as pessoas se planejem com antecedência para fazer seus deslocamentos e evitem o uso do carro.”

Neste sábado, alguns torcedores reclamaram do tempo de deslocamento entre a zona sul, região turística do Rio, ao Parque Olímpico usando o metrô e ônibus expressos do BRT. Outros queixaram-se da lotação dos veículos reservados ao transporte dos portadores de ingresso da Rio-2016. Ainda houve filas em estações de embarque.

Picciani não viu problemas no sistema de transporte. Segundo ele, alguns torcedores passaram por alguns transtornos pois deixaram para comprar o cartão de transporte olímpico no dia que que precisavam se dirigir aos locais de competição. “Nós alertamos para a compra antecipada do cartão olímpico. As poucas filas no transporte do Rio hoje pela manhã aconteceram por conta da compra do cartão”, explicou.

Filas na entrada do Parque Olímpico no primeiro dia da Rio-2016

Ele mesmo disse que sofreu com filas deste tipo na sexta (4), dia da abertura da Olimpíada. "Eu mesmo fui vítima. Fiquei meia hora aguardando a passagem", disse Picciani "Mas são poucos dias. A gente pede que a população continue colaborando como colaborou nos últimos sete anos."

O secretário também reconheceu que algumas linhas de ônibus regulares ainda não estão completamente adaptadas às mudanças no tráfego. Por isso, retirou seu pedido de paciência. “Com mais de 150 linhas tendo o trajeto alterado, você não consegue preparar todos os consórcios e motoristas para o conhecimento pleno das mudanças. Estamos ampliado as orientações e pedido uma intensificação da qualificação da mão de obra aos consórcios".

Neste sábado, o metrô do Rio confirmou o aumento da movimentação nas estações Cardeal Arcoverde, em Copacabana, e Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. Pela manhã, houve uma concentração de compradores nos locais de venda do cartão de transporte, gerando filas momentâneas. A RioCard, empresa que vendeu os cartões de transporte olímpico, reforçou as equipes de venda.

Ainda segundo o metrô, na estação Jardim, a equipe bilheteiros também foi reforçada assim como o número de agentes de segurança e recepcionistas bilíngues.

Balanço da cerimônia de abertura

No dia da cerimônia de abertura da Rio-2016, a SuperVia, concessionária que administra os trens urbanos do Rio de Janeiro, registrou 300 mil embarques, sendo 10% somente após o encerramento da festa. O número, de acordo com o COR, foi condizente com o esperado pela organização e não acarretou entraves ao funcionamento da rede.

Picciani e Junqueira também exaltaram o planejamento para o deslocamento dos atletas até o Maracanã, que, segundo Junqueira, não levou mais do que dez minutos. De acordo com o COR (Centro de Operação do Rio), todo o tráfego para o estádio ocorreu "sem registro de impactos significativos à circulação das principais vias".

Questionado, porém, sobre a dificuldade de alguns agentes em informar corretamente os turistas, em especial estrangeiros, o diretor do COR, Pedro Junqueira, recomendou que as pessoas se planejem observando as informações do ingresso e consultando o site Cidade Olímpica. Ele concordou que "sempre cabe um aprimoramento", mas ressaltou que o metrô teve, no máximo, cerca de meia hora de "uma concentração muito grande de passageiros na estação São Cristóvão" que não chegou a parar o fluxo de pessoas. Já Picciani recomendou que estrangeiros usem também aplicativos de planejamento de viagem para se deslocarem pela cidade.

Topo