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Atualizada em 08.08.2016 20h02

Boxeador marroquino é preso na Vila acusado de estupro

Luiza Oliveira/UOL
Boxeador marroquino é transferido para Bangu imagem: Luiza Oliveira/UOL

Ana Cora Lima, Bruno Doro e Luiza Oliveira

Do UOL, no Rio de Janeiro

O boxeador marroquino Hassan Saada foi preso na manhã desta sexta-feira (5) na Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, sob acusação de estupro. Na parte da tarde, o atleta foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, onde ficará detido temporariamente por 15 dias. Saada é acusado de ter praticado o crime de estupro contra duas camareiras brasileiras que estavam trabalhando no local na última quarta-feira (3).

O comitê organizador da Rio-2016 confirma a prisão dentro da Vila e afirma que vai contribuir com as investigações. "O Comitê Rio-2016 está ciente do caso. Denúncia foi feita e a Polícia deteve um atleta na Vila. Acompanhamos e colaboramos com a investigação", diz.

O boxeador foi incurso no art. 213 do Código Penal,  pelo crime de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinosos.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Carolina Salomão, as camareiras estavam limpando o apartamento em que o atleta estava alojado quando a agressão aconteceu. Uma delas voltava a um quarto quando Saad teria a agarrado e apertado seu seio com força. A outra camareira a defendeu. Ele, então, teria acariciado a coxa da brasileira, a prensado contra a parede e tentado levantar sua saia.

A juíza Larissa Nunes Saly, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), explicou que decretou a prisão temporária por se tratar de um atleta estrangeiro, sem residência fixa no país e com possibilidade de atrapalhar as investigações. 

“É necessária a prisão do indiciado à complementação das investigações, mormente porque livre o mesmo pode influenciar as diligências necessárias e, até, reincidir na prática de violência de gênero, eis que dois já são os fatos. Saliente-se que o mesmo não possui residência fixa no país, eis que atleta de delegação olímpica estrangeira, o que dá flagrante dimensão de risco de sua evasão, frustrando a eventual aplicação da lei penal”, disse em nota.

O boxeador foi preso na Vila por policiais da 42ª DP, do bairro do Recreio dos Bandeirantes, após a expedição de uma ordem judicial do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos. Os policiais tiveram que esperar a chegada de um representante do Consulado do Marrocos para tomar o depoimento.

As camareiras foram à delegacia na tarde desta sexta-feira (05) para fazer o reconhecimento e deixaram o local pouco ante das 15h sem falar com ninguém. 

O advogado do marroquino, Claudio Bidino de Souza, também estava na delegacia e informou que ainda não entrou com um pedido de Habeas Corpus. 

Quando foi feita a prisão, os dirigentes que estavam com Saad pediram para ele fosse levado em roupas civis, sem o uniforme oficial da delegação de Marrocos. Outros atletas marroqinos estavam no apartamento, dentro dos quartos, no momento do estupro, mas não presenciaram o ato. Eles serão chamados para depor.

Segundo a delegada, o boxeador nega o estupro. "Ele disse que, como é famoso em seu país, sempre encontra fãs que o assediam". O estupro teria ocorrido depois que as camareiras pediram para tirar fotos com o atleta. Elas confirmaram as imagens.

Advogado convocado pela embaixada do Marrocos, que acompanhou o boxeador na 42ª DP deixou o local por volta de 13h45 desta sexta. Claudio Bidino de Souza negou os fatos e disse que aconteceu apenas um pequeno contato entre o atleta e as camareiras.

Saada entraria no ringue neste sábado (6) para a segunda rodada do torneio dos meio-pesados dos Jogos. Crime de estupro prevê reclusão de 6 a 8 anos. Ele teve a credencial apreendida e não lutará sexta.

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