Olimpíadas 2016

"Banho de luz" e luva "hi-tech" controlam sono de atletas brasileiros

COB
Jogadoras da seleção feminina de handebol tomam "banho de luz" imagem: COB

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio de Janeiro

A mudança no horário de algumas competições está tirando o sono de atletas e técnicos de importantes equipes brasileiras, candidatas a medalhas, como vôlei, natação e handebol. Tirando o sono literalmente.

Para atender os interesses de TVs europeias e dos EUA, os horários das provas destas modalidades mudaram. O handebol terá partidas disputadas no período da manhã, enquanto a natação assistirá a finais por volta da meia-noite. Partidas de vôlei poderão terminar depois de 1h da manhã. 
 
Nos três casos, os horários afetarão o sono dos atletas. E, em consequência, podem influir negativamente nos desempenhos. 
 
Nesta última quarta-feira, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) colocou em uso a sua última arma no esforço de readaptar os horários das jogadoras da seleção feminina de handebol. Trata-se de um “banho de luz”, uma técnica usada por pilotos de avião. Sentadas em uma sala, elas ficam por cerca de 20 a 30 minutos expostas a iluminação forte.
 
Como haverá menos tempo entre o despertar e o jogo, o “banho de luz” visa estimular o metabolismo das atletas, de maneira que eles alcancem mais rapidamente um estado que, naturalmente, demoraria algumas horas a mais. 
 
Com os nadadores e jogadores de vôlei, o problema é o oposto. Por conta das provas noturnas, eles terão dificuldade para dormir. Jorge Bichara, gerente geral de performance esportiva do COB, estima que um atleta que terminou um jogo por volta de 1h30 da manhã não conseguirá dormir antes das 4h. Isso afeta toda a preparação do dia seguinte também.
 
Os jogadores e nadadores já estão recorrendo, nesta fase de treinamentos noturnos, a uma luva hi-tech, que estimula o esfriamento. A chamada “cooling glove” acelera a recuperação pós-jogo, ajudando o atleta a dormir.
 
Outros “jeitinhos” também estão sendo testados. Uma opção é fazer a alimentação pós-jogo dentro do transporte para a Vila Olímpica. Isso evita a ida ao restaurante, ganhando tempo para o descanso. 
 
Em busca do sono perfeito, estes atletas foram privilegiados na escolha dos quartos na Vila, em relação ao posicionamento da luz solar. Os dormitórios também ganharam reforço de “blecaute” com as cortinas.
 

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