Atletismo

Atleta belga quer pedir eutanásia após disputar Jogos Paraolímpicos do Rio

Francois Nel/Getty Images
Marieke Vervoort, do atletismo belga, medalhista olímpica em Londres imagem: Francois Nel/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

A atleta belga Marieke Vervoort pedirá a eutanásia após a disputa dos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro. A atleta, que sofre de uma síndrome degenerativa que paralisa suas pernas, pensa em recorrer ao recurso, que é permitido no país desde 2002.

“O Rio é meu último desejo, espero acabar minha carreira com um pódio. Começo a pensar na eutanásia. Quero que todos tenham uma taça de champanhe na mão e um pensamento feliz para mim”, declarou, em entrevista ao jornal francês “Le Parisien”.

A atleta competiu nos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012, e conquistou uma medalha de ouro nos 100 metros rasos em cadeira de rodas, além de outras duas medalhas de prata nos 200 e 400 metros rasos.  Porém, as dores que a afetam são um problema constante, já que ela sofre desmaios ao longo do dia. Ainda segundo Marieke, ela sente dores que não a deixam dormir mais do que 10 minutos por noite.

“Todo mundo me vê com a medalha de ouro, mas ninguém vê o lado obscuro”, salientou a belga.

Marieke sempre dedicou a vida ao esporte. A atleta foi duas vezes campeã do mundo de triathlon e já participou de competições de Ironman. Em 2008, a atleta foi diagnosticada com a enfermidade, que a deixou em uma cadeira de rodas. Mas foi justamente a paixão pelo esporte que a fez superar o início difícil após receber o diagnóstico.

“Quando me sento na cadeira de rodas, tudo desaparece. Me desprendo de todos os pensamentos obscuros, o medo, a tristeza, o sofrimento e a frustração. Foi assim que consegui ganhar tudo que ganhei”, ressaltou a atleta.

Marieke estará em ação entre os dias 7 e 18 de setembro. Até lá, a atleta espera preparar-se bem para conquistar mais uma medalha, mas sabe que a concorrência será forte.

“Existe a possibilidade de medalha, mas será difícil porque a concorrência é muito forte. Estou treinando duro, lutando dia e noite contra minha enfermidade. Espero terminar minha carreira no pódio”, concluiu a atleta, que possui os recordes mundiais para os 400, 800, 1.500 e 5 mil metros na modalidade.

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