Refugiados carregam tocha na Vila Olímpica: "Símbolo de paz e esperança"
Do UOL, em São PauloOs Jogos Olímpicos certamente são especiais para todos os cerca de 11 mil atletas que estão no Rio de Janeiro, mas para dez deles o evento tem significado diferente: é a primeira edição em que há o Time Olímpico de Refugiados. Anjelina Lohalith fugiu do Sudão do SUl em 2001 e, nesta quinta-feira (04), carregou a tocha olímpica dias antes de competir nos 1500m.
"É uma grande oportunidade representar todos os refugiados que sofrem no mundo neste momento”, afirma Anjelina Lohalith, referindo-se ao que a tocha representa. “A tocha é também um símbolo de paz e esperança para os povos. É algo maravilhoso, e quero que chame atenção para a nossa causa", completa.
A sul-sudanesa fugiu de seu país aos seis anos de idade e desde então nunca mais reviu sua família. A Rio-2016, mais que um objetivo esportivo, tem também grande valor pessoal para Lohalith, que pretende ter sucesso nos Jogos e a partir daí ajudar os pais. “Meu sonho é só ajudar meus pais a construírem uma casa melhor”, conta.
A corredora encerrou o revezamento da tocha Vila Olímpica, sendo bastante fotografada e saudada por outros atletas por onde passou. Lohalith compete na pista do Estádio João Havelange na sexta-feira que vem (12), data da primeira bateria dos 1500m feminino.
Outro refugiado que carregou a tocha foi Luigi Teilemb, atleta do remo na categoria single skiff. “Parece que é um sonho. Venho de um país que poucos conhecem, muito pequeno, Vanuatu. Então é como se todos estivessem aqui comigo agora, vivendo esse dia”, diz Teilemb entre sorrisos.
Além de Anjelina e Luigi, participaram do revezamento na Vila Olímpica outros quatro atletas: Matyas Szabo, esgrimista romeno naturalizado alemão; Kefasi Chitsala, corredor do Maláui; Charly Suarez, boxeador das Filipinas; e Ceci Wollmann, velejadora das Bermudas.