Argentinos bancam aluguel em favela vendendo empanadas nas praias

Marcela Sevilla
Do UOL, no Rio de Janeiro

Caminhar pela orla de Copacabana pode resultar em uma variedade gastronômica enorme. Há quiosques, restaurantes, ambulantes, barracas. Entre os vendedores que andam chamando o público estão os argentinos Juan Angel, 30 anos, e Marcos Braccine, 28 anos.

Sem muito dinheiro para viajar, os dois resolveram vir para o Rio de Janeiro para acompanhar as Olimpíadas e pagar estadia, alimentação, transporte, diversão e ingressos com a venda de empanadas feitas por uma colega argentina. "Estou vendendo as empanadas em parceria com o Juan e uma argentina para conseguirmos assistir o futebol e outras competições", conta Marcos. "Na Argentina, eu sou professor de educação física, mas aqui atuo como ambulante e, com isso, estou conseguindo me sustentar muito bem. Nem sei se volto para meu país logo que terminarem os jogos ou se ainda fico aqui por um tempo", explica Juan.

Eles oferecem os salgados nos sabores carne, frango e espinafre com ricota?, por R$ 6 cada ou três por R$ 15. E os dois vendedores garantem que, à primeira vista, brasileiros são resistentes às empanadas, mas, depois de experimentar, ninguém resiste ao tempero argentino.

Quem passar pelo calçadão de Copacabana durante o evento olímpico pode se deparar com Juan e Marcos e ser surpreendido por um "Hola, amigo!", um sorriso e uma pequena abertura do isopor que já deixa escapar o cheiro das empanadas. Os dois garantem que essa estratégia de revelar o aroma dos salgados sempre fresquinhos já lhes rendeu fregueses que não pararam na primeira unidade. Poucos dias antes da abertura das Olimpíadas, só Juan chega a fechar o dia com R$ 70 reais no bolso.