Abertura dos Jogos terá "gambiarra" e fim de dúvida do diretor sobre Temer
A cerimônia de abertura dos Jogos do Rio-2016, na próxima sexta-feira (5), terá arranjos para a contenção de custos e anúncio do presidente em exercício, Michel Temer, como interino. Isso foi revelado na entrevista dos organizadores da festa, nesta quinta (4). Houve ainda uma alfinetada de Andrucha Waddington, um dos diretores da festa, sobre o cargo.
Um dos diretores da cerimônia, Fernando Meirelles foi questionado sobre uma frase que ele colocou no Twitter sobre a dúvida de qual presidente participaria da festa. Essa frase foi antes da votação do impeachment. Os organizadores achavam que a votação ocorreria na véspera da Olimpíada. Mas Meirelles disse que Temer agora será anunciado com interino.
"Foi um tweet infeliz. A gente tinha que fechar o programa para a imprensa. Na época, o impeachment seria no dia 3. E pensamos qual nome colocaríamos.[A votação] Foi para o final desse mês, então, será o Temer....", contava Meirelles.
Neste momento, outro diretor Andrucha Waddington, em tom irônico, afirmou: "O interino". Em seguida, Meirelles completou e falou: "Ele será anunciado como interino, não há problema nenhum. É o que ele é hoje. Não entramos na questão política. A gente se absteve".
Todos os diretores negaram que vá ser aumentada uma música para evitar a vaia ao presidente Temer. "Não é verdade que vamos abafar a vaia", afirmou outra diretora Daniela Thomas. Ele dirá uma frase para declarar a abertura dos Jogos.
"Há liberdade de expressão neste país. Eu estava na abertura da Copa e foi algo muito violento com a Dilma. Mas falei com minha mulher e na TV não dava para ouvir. Essa coisa da Dilma ou Temer era uma piada entre a gente. No croqui, tira Dilma, põe Temer", comentou Andrucha Waddington.
Mario Andrada, diretor de comunicação do Comitê Organizador Rio-2016, não comentou a possível polêmica. "Vivemos em uma democracia e o povo se manifestar do jeito que quiser".
Foi Daniela também que afirmou que a cerimônia teria "gambiarra" para compensar a corte de custos. "É difícil falar dela [cerimônia], sem falar dela. A gente tinha um Maracanã, não é olímpico. Orçamento é muito baixo em relação a espetáculo dessa natureza, espírito da gambiarra, a tradução seria o 'Macvergismo'. Não temos com o que fazer e vamos fazer mesmo assim. Gambiarra rocks, Gambiarra é o que há', contou.
Problema que estamos enfrentando na abertura das Olimpíadas: Precisamos fazer o programa e não sabemos quem colocar na página de presidente.
— Fernando Meirelles (@fmei7777) June 5, 2016
O programa deve ir para a gráfica em julho.
— Fernando Meirelles (@fmei7777) June 5, 2016
Provavelmente tiraremos a página com a menção ao presidente já que não sabemos quem será.