Mulheres batem recorde em Olimpíadas, mas só são maioria em 53 delegações

Bruno Doro e Fábio Aleixo
Do UOL, no Rio de Janeiro
Phil Walter/Getty Images
Nova Zelândia tem mais mulheres do que homens nos Jogos do Rio

A Olimpíada do Rio de Janeiro bateu um recorde: 45% dos atletas inscritos são mulheres. É a maior participação feminina da história dos Jogos. São 5.183 atletas do sexo feminino, contra 6.275 homens. Há quatro anos, em Londres, foram 4.655 mulheres, 44,2% do total. Aquela marca já era a maior em todas as edições.

Mesmo assim, as mulheres ainda estão atrás dos homens em um evento que começou exclusivamente masculino. Elas são maioria apenas em 53 das 207 delegações que competirão no Rio. Apenas 25% do total. A delegação do Brasil, mesmo tendo uma mulher como porta-bandeira, a pentatleta Yane Marques, é um exemplo disso: o Comitê Olímpico do Brasil (COB) registra 259 homens e 209 mulheres.

A maior disparidade na "guerra dos sexos" está na delegação do Iraque. São 26 homens inscritos e nenhuma mulher. Em Londres, foram três representantes do sexo feminino. "As mulheres praticam normalmente o esporte em nosso país. Não temos nenhum tipo de restrição. Infelizmente, elas não conseguiram a classificação para o Rio de Janeiro. Espero que tenhamos mulheres na equipe em Tóquio-2020", disse ao UOL Esporte Jazair Hassan Raheef, secretário-geral do Comitê Olímpico Iraquiano.

Mônaco, Nauru, Tuvalu, Nauru e Vanuatu também não mandaram mulheres para os Jogos. Mas há um dado significativo: principais potências do esporte mundial e rivais na briga pela primeira posição do quadro de medalhas em 2016, Estados Unidos e China terão mais representantes do sexo feminino. Na delegação dos Estados Unidos são 300 mulheres contra 261 homens. No time da China, 252 contra 155.

O contraste é o Butão: é a única nação sem representação masculina. O minúsculo país asiático de 742.737 habitantes tem duas mulheres, e nenhum homem, competindo no Rio de Janeiro. Uma no atletismo e outra no tiro esportivo. Além disso, a porta-bandeira da delegação de refugiados é uma mulher, a nadadora Yusra Mardini, da Síria. É emblemático: ela vai entrar no estádio com a bandeira do COI.

Os números são do Comitê Olímpico Internacional (COI) até a noite de domingo. Podem haver alterações até o término da competição, em 21 de agosto. A lista inclui titulares e reservas.