Substituto de Prass já se magoou com Corinthians e tem admiração de Tite
Dassler MarquesDo UOL, em Brasília
Há dez anos, Weverton era goleiro do Juventus-AC na Copa São Paulo e se tornaria destaque justamente diante do Corinthians, que o contratou. Já há cinco anos, chegava ao Atlético-PR para escrever o segundo capítulo de sua história, e provavelmente o mais importante. Aquele que culminou no chamado da seleção brasileira para substituir Fernando Prass e ser o goleiro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Aguardado em Brasília na manhã desta segunda-feira para se integrar à equipe de Rogério Micale, Weverton foi a alternativa escolhida pela comissão técnica diante de dificuldades em liberações de outros goleiros. Mas, além do próprio treinador, teve pelo menos dois padrinhos de peso: Rogério Maia, o preparador de goleiros do rival Coritiba e da seleção olímpica, além de ninguém mais ninguém menos que Tite.
O comandante da seleção principal tem admiração antiga por Weverton, com quem não chegou a trabalhar no Corinthians. O conceito elevado sobre ele é bem mais antigo que o recente Cruzeiro 0 x 3 Atlético-PR, em que o goleiro fechou o gol com Micale e Tite no Mineirão. Em suas duas passagens mais recentes como treinador corintiano, Tite já havia manifestado a profunda admiração pelo jogador. A ponto de classificar, inclusive, como um dos melhores do futebol brasileiro.
Saudades de casa quase fez Weverton fugir de volta para o Acre
No Corinthians, Weverton foi mais um destaque das divisões de base que não teve a chance de jogar no time adulto. Algo que, ele próprio, chegou a colocar em risco. Contratado do Juventus-AC em 2006 na sequência da Copa São Paulo, ele esboçou uma fuga da concentração corintiana porque estava com saudades da família no Acre. Foi convencido por Illimani Soares, treinador acriano que o acompanhava na capital, a insistir.
Depois de persistir e chegar aos profissionais, Weverton também precisou lidar com uma frustração. A comissão técnica de Mano Menezes optou por um empréstimo em 2009 para que pudesse promover Danilo Fernandes, hoje no Internacional e então destaque dos juniores. A ideia, segundo conta Mauri Lima, até hoje preparador de arqueiros do Corinthians, era contribuir com o crescimento do jovem. Algo que o próprio não aceitou na época.
"Trabalhamos com ele mais de dois anos. Esse foi lapidado, você percebia o crescimento dele durante o trabalho. Tem técnica, super alto, muita força. Na época, tínhamos que optar. Ele era uma qualidade parada, às vezes nem ia para o banco como quarto goleiro e optei por liberar. Ele ficou chateado comigo, mas foi melhor para ele. Passou por Oeste, América-RN, Portuguesa e conversei com ele no Pacaembu. 'Sei que um dia você ficou chateado, mas fiz pela oportunidade'. Deixar ele ali era mais fácil. Hoje tenho que agradecer. Você vê o crescimento dele e até hoje mantemos contato", recorda Mauri.
Goleiro do Atlético-PR será pai em janeiro
Destaque do Botafogo-SP no Paulistão 2010, campeão da Série B 2011 com a Portuguesa, ele ascendeu como goleiro top a partir da chegada ao Atlético no ano seguinte. Além de uma liderança que amadureceu e um jogador que fazia a diferença, mostrou uma virtude importante de saber jogar com os pés. Weverton virou ídolo da torcida e passou a frequentar outros cadernos dos jornais paranaenses porque namorava a panicat Babi Muniz.
Em novo relacionamento e 'grávido' para ser pai em janeiro, Weverton teve um momento especial assim que o avião que transportava o Atlético-PR chegou do Recife, onde a equipe havia sido batida pelo Sport no sábado. Quando todos ligaram os aparelhos celulares, a notícia estava confirmada pela CBF. Aos 28 anos, o goleiro que quase fugiu para o Acre tem a primeira chance da carreira na seleção. A ocasião não poderia ser mais oportuna.