Velejadores esperam Marina pronta até 6ª; Nuzman culpa "obras da natureza"
Bruno Doro, Fabio Aleixo e Leandro CarneiroDo UOL, no Rio de Janeiro
A quebra de uma rampa de acesso na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, não deverá atrapalhar o treinamento dos atletas da vela para os Jogos do Rio 2016. A organização dividirá os competidores em outros dois locais enquanto a troca é feita.
“Na verdade, como a gente não tem todos as equipes completas, não pode dizer que atrapalhou os treinos, as programações, porque a gente pode acessar pela rampa da própria Marina. Como a gente está vendo aqui agora, a gente lamenta o ocorrido. Hoje, teve a primeira reunião de chefes de equipe onde o gerente-geral de instalações dos Jogos falou sobre o que ocorreu, a razão da quebra, em função da ressaca. Comprometeram uma solução até sexta-feira, até lá estaria funcionando a rampa. A gente confia na posição da organização e torce para que lá não tenha nenhuma dificuldade que atrapalhe os treinamentos”, afirmou Daniel Santiago, chefe da delegação de vela do Brasil.
A obra já foi iniciada neste domingo. A previsão da organização é que o problema seja solucionado até a próxima sexta-feira, no período da tarde, o que não afetaria a competição, prevista para começar no dia 8 de agosto. A decisão da empresa responsável pelo local foi fazer um conserto e não trocar a rampa.
Presidente do Comitê Organizador dos Jogos do Rio e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzmann disse que a culpa do incidente foi da natureza.
"São coisas que acontecem. Não podemos controlar a natureza. Por exemplo, quando falta vento, não tem competição de vela. Mas já estão sendo feitos reparos e ficarão prontos em seguida. Todos Jogos Olímpicos têm algum tipo de problema”, disse Nuzman.
O chefe da delegação brasileira ainda explicou como a ressaca acabou causando o problema na estrutura.
“Apesar de não quebrar onda na marina, a ondulação fica muito forte. Toda estrutura que está no espelho de água se movimenta com muito mais intensidade do que normalmente. A ressaca foi forte, não dá para negar, não foi a mais forte dos últimos tempos, mas normal ter ressaca nessa época do ano no Rio de Janeiro. Toda estrutura quando se movimenta, de alguma maneira, as coisas têm de resistir e a rampa não resistiu. Mas é pelo movimento da ondulação, se você olhar, na própria rampa, é um movimento diferente, mais forte que o normal. Tem essa diferença quando tem ressaca”, falou.
No momento, um guincho segura a estrutura no trabalho de manutenção. A rampa de acesso, a única com o logo da Rio 2016, foi construída para os Jogos, e deverá receber quatro categorias.
Questionado sobre o temor disso acontecer durante os Jogos e acabar machucando algum atleta, Santiago minimizou o risco, pois acredita que a rampa seria interditada antes.
“Imagino que devam fazer um reparo ou uma nova estrutura em condições que possa suportar alguma coisa semelhante ao que aconteceu ontem. E principalmente que façam, como aconteceu ontem, interditar antes de quebrar totalmente. Se tiver mínimo de risco, vão interditar o acesso para não ter risco físico para os atletas. Isso é inaceitável”, finalizou.
Não foi apenas a estrutura de vela que foi afetada pela força do mar. Na praia de Copacabana, as águas invadiram um prédio de dois andares construído para abrigar emissoras estrangeiras, como a americana NBC.