Excluída, Isinbayeva vai ao Rio como cartola e será candidata ao COI

Excluída das competições de atletismo dos Jogos Olímpicos pelo escândalo de doping, a saltadora Yelena Isinbayeva vai ao Rio de Janeiro como dirigente da delegação russa e será candidata a um cargo no COI (Comitê Olímpico Internacional). Assim, ela, que é uma das maiores críticas da exclusão de parte dos russos, poderá ocupar cargo no topo da entidade.

O escândalo de doping surgiu com o relatório Maclaren que provou a existência de um esquema sistemático de doping patrocinado pelo governo russo. A poucos dias da Olimpíada, o COI decidiu delegar às federações internacionais a prerrogativa de decidir os atletas que poderão participar. Por isso, sofreu diversas críticas. De 250 a 280 russos, vão participar do evento.

"Não é uma vergonha (não saber quantos russos vão participar). O COI não é responsável pelo relatório do Maclaren, nem pela Wada, o COI não foi responsável por credenciamento de laboratórios russos. O COI não pode ser responsabilizado por esses incidentes que temos que resolver há pouco tempo dos Jogos", afirmou Thomas Bach.

Foram excluídos todos os membros do atletismo da russa, centro do escândalo de doping que gerou inclusive a queda do presidente da IAAF (federação mundial de atletismo). Entre eles, está Isinbayeva, ícone da delegação russa.

Sua credencial, no entanto, foi modificada para de dirigente russa. Assim, poderá ficar na Vila Olímpica junto com os atletas. E poderá fazer campanha para o cargo na comissão de atletas do COI. Há uma eleição que será feita durante a Olimpíada com os 10 mil atletas que elegerá quatro deles para essa comissão.

Na prática, quem for eleito se torna membro do COI e poderá participar das decisões sobre o esporte olímpico. Se Isinbayeva estará nos Jogos como dirigente, na outra ponta, a deletora do esquema de doping, corredora de 800 metros, Yuliya Stepanova, está fora como atleta e não aceitou o convite para ir aos Jogos. Stepanova criticou o COI e disse que haverá atletas dopados na Olimpíada.

"Tivemos que tomar uma decisão difícil (Stepanova): Levamos todos os argumentos em consideração e do comitê de ética do COI. Temos que respeitar a carta olímpica. Não pode mudar a carta olímpica. O Comitê deixou claro a contribuição de Stepanova. Oferecemos assistência e apoio para ela. Nenhuma outra organização deu para que possa continuar sua carreira como atleta"; disse Bach.