Olimpíadas 2016

Seleção de rúgbi passa por treino para divulgar esporte e quebrar barreiras

Fábio Aleixo/UOL
Seleção feminina de rúgbi posa para foto na Vila Olímpica imagem: Fábio Aleixo/UOL

Fábio Aleixo

Do UOL, no Rio de Janeiro

A Olimpíada do Rio de Janeiro marcará a estreia do rúgbi sete em Olimpíadas e também a primeira participação da seleção brasileira feminina. O fato de ser um esporte novo no programa olímpico e ainda pouco divulgado no país fez com que as atletas do time nacional passagem por um media training (treinamento de mídia) ao longo dos últimos anos para chegarem preparadas para lidar com o assédio da imprensa e também se fazerem conhecidas do público nacional.

Palestras com assessores, encontros individuais e dinâmicas de grupo com psicóloga fizeram parte da rotina em meio a treinamentos em torneios. Neste media training foram abordados temas como o fato de atuar em casa, a pressão da torcida e relacionamento com o público. Até um choque de realidade foi dado nas atletas para evitarem falar incisivamente sobre conquista de medalha, uma vez que o Brasil está longe de ser favorito ao pódio.

Como parte do treinamento, todas as atletas participaram de uma entrevista coletiva na manhã deste sábado. Foi algo inédito por parte de brasileiros até agora na Olimpíada. Os atendimentos aos jornalistas organizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) sempre são feitos ao ar livre e não em uma sala. O pedido para ser em um outro espaço partiu da própria Confederação Brasileira de Rúgbi.

"O pessoal da comunicação da Confederação organizou este treinamento para nós sabermos como nos posicionarmos em reportagens e como fazer para o rúgbi se tornar um esporte mais conhecido, uma vez que não é popular no Brasil. Nosso objetivo é divulgar o esporte para pessoas que são leigas e destacar os seus valores. Basicamente, foi para tentar nos auxiliar no contato com o jornalista e saber usar bem este canal de comunicação", afirmou a capitão do time, Paula Ishibashi.

"A gente enfrenta preconceito por sermos de um esporte tradicionalmente masculino. Então sempre tentamos educar e dar conhecimento às pessoas para que nossa participação não seja vista como um tabu. Somos fortes sim, mas não deveria ser estranho para as pessoas mulheres jogarem um esporte do qual o contato faz parte", disse Isadora Cerullo.
 
Para colocar em prática um pouco do treinamento, as atletas da seleção criaram algumas brincadeiras dentro da Vila Olímpica. Elas abordam pessoas aleatórias e as escolhem para responder algumas perguntas para Baby, uma das atletas da seleção, e também saem cumprimentando a todos.
 
"Queremos ser as mais simpáticas da Vila", disse Paula.
 
A estreia da seleção feminina de rúgbi na Rio-16 será no dia 6, às 12h (de Brasília), contra o Reino Unido. 

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